O mercado da soja segue trabalhando em campo negativo nesta sexta-feira (26) na Bolsa de Chicago, já tendo registrado baixas de mais de 10 pontos entre os primeiros vencimentos. Com um pequeno fôlego, perto de 12h30 (horário de Brasília), os futuros da oleaginosa cediam entre 6,25 e 6,50 pontos, com o março valendo US$ 12,16 e o maio, US$ 12,23 por bushel. Ainda na CBOT, tanto farelo, como óleo operavam com estabilidade, porém, ambos do lado negativo da tabela.
O movimento de realização de lucros continua neste último pregão da semana, porém, sem os traders desviarem suas atenções maiores da nova safra da América do Sul. E os preços vão tentando se equilibrar entre as novas notícias.
“A melhora climática prevista para algumas regiões do Brasil e a seca na Argentina deixam o mercado atento diante de atrasos na colheita brasileira, e de redução na qualidade das lavouras argentinas”, explica o time da Pátria Agronegócios.
As previsões indicando temperaturas bastante elevadas e tempo seco nos próximos 10 a 15 dias na Argentina vem ganhando bastante espaço no noticiário nesta semana, já que a nova safra de grãos do país está em pleno desenvolvimento e em bom desenvolvimento depois de três anos de perdas severas. Ainda assim, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, nesta quinta-feira (25), estimou uma safra de soja no país de 52,5 milhões de toneladas.
Todavia, “para sustentar esta produção, serão necessárias chuvas futuras, as quais terão um papel fundamental durante as etapas críticas de definição do desempenho e, por sua vez, as mais importantes. Se essas chuvas não chegarem, o cenário pode impactar a nossa projeção atual”, informou a bolsa.
“Para a Argentina e Paraguai, está previsto clima seco para as regiões produtoras para os próximos 10 dias”, afirma o diretor geral do grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.
Por outro lado, uma demanda mais comedida como a que se observa agora é mais um ponton de atenção no radar do mercado, já que a China tem se mostrado um pouco mais ausente de novos negócios e já se prepara para ingressar no período de festividades do Ano Novo Lunar, sendo este um dos mais longos e o mais importante feriado da nação asiática.
E parte da pressão vem ainda, como explicam os analistas da Agrinvest Commodities, dos rumores de que estão sendo realizados negócios de soja brasileira para os Estados Unidos. “No ano passado, uma processadora na Costa do Atlântico comprou de três a seis navios no Brasil para embarque maio. A conta novamente está boa”, afirmam.
O comportamento dos fundos, diante de todas essas informações, é o que mais chama atenção agora.