As altas registradas mais cedo ainda neste pregão ficaram para trás e os preços da soja voltaram a recuar expressivamente na Bolsa de Chicago, perdendo quase 1,5% entre as posições mais negociadas. Os futuros da oleaginosa, por volta de 12h50 (horário de Brasília), as cotações recuavam entre 13,25 e 18,25 pontos, com as baixas mais intensas nos contratos mais próximos. Assim, o março tinha US$ 12,22 e o maio, US$ 12,30 por bushel.
Além do grão, os futuros do farelo e, principalmente, do óleo também cediam forte na CBOT. No óleo, as baixas passavam de 2% e ajudavam na pressão sobre as cotações do grão. O mercado reage, segundo explicam analistas e consultores de mercado, aos números das vendas semanais de soja reportados nesta quinta-feira pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) abaixo das expectativas do mercado.
Na semana encerrada em 18 de janeiro, o país vendeu 560,9 mil toneladas da oleaginosa 2023/24, enquanto o intervalo das expectativas era de 700 mil a 1,2 milhão de toneladas. O volume é 28% menor do que o da semana anterior, mas 6% maior do que a média das últimas quatro semanas. A China foi o principal destino da oleaginosa norte-americana. Em toda temporada, o país já comprometeu 37,948,8 milhões de toneladas, abaixo das mais de 46 milhões do mesmo período do ano passado. O USDA estima as exportações totais de soja dos EUA em 47,75 milhões.
Além disso, o mercado em Chicago também opera em um movimento de realização de lucros depois de três pregões consecutivos de alta, como explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. O andamento dos preços têm registrado uma presença intensa dos fundos especuladores, voltando a fazer algumas vendas de posições, dando espaço ao recuo em Chicago.
“O mercado continua vivendo esta queda de braço entre a notícia de uma safra pequena no Brasil e os investidores acreditando que não é tão pequena assim, e isso é negativo para Chicago. Eu acho que poderia cair mais uns 30 pontos, aí o mercado se acomoda e vai olhar a situação do produtor americano, com custo de produção perto de US$ 11”, complementa Brandalizze.