O mercado da soja, nesta quinta-feira (11), recebeu novas estimativas para a safra 2023/24 do Brasil pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e, com poucas novidades e uma divergência já conhecida entre ambos os números de quase 10 milhões de toneladas, fechou estável na Bolsa de Chicago, porém, do lado negativo da tabela. As perdas nos principais contratos foram de 5 a 5,50 pontos, levando o maio a US$ 11,59 eno agosto a US$ 11,71 por bushel.
No Brasil, por outro lado, o mercado mantém seu foco sobre o caminhar do dólar – com mais um dia de alta frente ao real e ainda acima dos R$ 5,00 – e no fortalecimento dos prêmios, o que vem conferindo indicativos melhores nas últimas semanas para a soja nacional, segundo explicam analistas e consultores de mercado.
Ainda assim, o peso das perdas na CBOT se refletiu nos preços no cenário brasileiro nesta quinta e perderam até um pouco mais de R$ 1,00 por saca tanto no interior, quanto nos portos do país. E com este sobe e desce, mesmo tímido, sendo constante, o momento é de atenção, como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, em especial para a comercialização da safra 2024/25.
“É importante fazer os barters, as trocas, os insumos, porque a fase de baixa destes insumos já já está passando e não há garantia de que a soja vai seguir o mesmo rumo que vem pela frente no custo”, diz. “Tem muitos produtores que fizeram a troca por pacotes com valores nos melhores momentos em dois, três anos”.
Nos portos, os preços cederam mais de 1%, com o disponível no Porto de Paranaguá valendp R$ 126,50 e o maio a R$ 128,50 por saca. Já em Rio Grande, R$ 128,00 no disponível e R$ 131,00 no maio, este último subindo 0,77%. Em Santos, a posição abril-maio foi a R$ 126,00, com perda de 0,79%.
O consultor também destaca que há ainda muita soja a ser comercializada da safra 2023/24 – o que também é de perto monitorado pelo mercado – e as atenções estão bastante focadas sobre os prêmios, que continuam a se fortalecer no mercado brasileiro.
MERCADO EM CHICAGO
“A novidade foi que o USDA não trouxe novidades e, muito provavelmente, vai fechar a temporada com estimativa acima dos 150 milhões de toneladas e isso é um entrave para os preços”, afirma Brandalizze.
O departamento manteve sua estimativa para a safra de soja do Brasil em 155 milhões de toneladas. O mercado esperava um corte para 151,68 milhões de toneladas, na média das expectativas. As exportações brasileiras também ficaram inalteradas em 103 milhões de toneladas, bem como os estoques finais – no ano safra americano – em 33,05 milhões.
Outro número que esteve no radar dos mercados foi o de estoques finais norte-americanos, os quais foram revisados para cima, passando de 8,57 para 9,25 milhões de toneladas. A média do intervalo das projeções era de 8,63 milhões.
Afinal, com o programa de exportações comprometido, o número estimado pelo USDA para as vendas externas caiu para 46,274 milhões de toneladas.