Os preços da soja estão intensificando suas baixas na sessão desta segunda-feira (17) e perdem mais de 1,5% entre os contratos mais negociados na Bolsa de Chicago. Perto de 11h50 (horário de Brasília), as cotações perdiam entre 16,75 e 19,25 pontos, com o julho valendo US$ 11,60 e o novembro – referência para a safra americana -, US$ 11,33 por bushel. O mercado do grão acompanhava perdas intensas do farelo, do óleo, do milho e, principalmente, do trigo.
Em partes, as perdas que se dão entre os preços negociados em Chicago em função das condições adequadas de clima nos Estados Unidos. O último final de semana foi de poucas chuvas, pontuais, e com previsões indicando, todavia, que os próximos 10 dias deverão ser de precipitações pouco expressivas.
No entanto, “as áreas secas, com déficit hídrico ainda não tão expressivas no Meio Oeste americano, estão aumentando substancialmente, e as áreas úmidas, que eram maioria, estão sendo drasticamente reduzidas”, alerta o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.
Como explica o time da Agrinvest Commodities, o clima nos EUA ficando mais quente e menos chuvoso “era o que precisava para garantir um bom desenvolvimento inicial das lavouras”. Assim, os números que serão reportados hoje, às 17h, pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) são bastante aguardados, em especial os que apontam as condições das lavouras.
Em outras partes do mundo, o clima também preocupa, como o sudoeste da Índia, o norte da China e a região do Mar Negro, todas estas sofrendo com o tempo seco.
Além disso, a Agrinvest também aponta como fator de pressão o programa de exportações da safra nova americana como um dos mais lentos em 20 anos. “Os produtores americanos continuam segurando. A soja brasileira ainda é a mais barata para julho e agosto, mantendo a demanda concentrada no spot. Além disso, a Argenitna está mais agressiva nas vendas de farelo, os fundos estão comprados”.