Os preços da soja voltaram do feriado de Ano Novo registrando fortes baixas na Bolsa de Chicago nesta terça-feira (2). Perto de 12h (horário de Brasília), os futuros da oleaginosa perdiam de 24,50 a 25,25 pontos, levando o janeiro a US$ 12,69 e o maio a US$ 12,82 por bushel. As perdas do grão acompanham as baixas dos derivados, com farelo e óleo perdendo também mais de 1% nesta primeira sessão do ano.
De acordo com a equipe da Agrinvest Commodities, parte da pressão sobre as cotações no complexo soja veio das baixas que se registraram também no mercado futuro chinês, na Bolsa de Dalian. A soja caiu cerca de 4% no pregão desta terça.
“Hoje vemos um mix de clima benéfico para a América do Sul e demanda fraca. Xi Jinping fez um pronunciamento de final de ano, citando o perrengue dos chineses, mas não falou sobre mais estímulos”, explicou a Agrinvest. Na última semana, ainda de acordo com a consultoria, a China teria comprado mais quatro barcos de soja americana e, “corretores na nação asiática comentam que pode ser os últimos, já que a soja americana é a mais cara do mercado”.
Sobre o clima, as previsões do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) já sinalizam mais chuvas chegando a boa parte do território brasileiro em função da ZCAS (Zona Convergência Atlântico Sul), podendo trazer volumes de 250 a 300 nos próximos dias em algumas regiões importantes de produção. Segundo Heráclio Alves, meteorologista do Inmet, as áreas de Norte de Minas Gerais, Tocantins, Norte de Goiás e Mato Grosso estão entre as que podem receber os maiores acumulados.
Ainda no radar do mercado estão o clima na Argentina, o desenvolvimento da safra e da comercialização do país, principalmente com a chegada das mudanças na economia do país desde que assumiu a presidência Javier Milei.