Soja: Prêmios melhoram neste início de semana no Brasil, ajudando a compensar parte das perdas em Chicago

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O mercado da soja intensificou as perdas e encerrou a segunda-feira (14) com baixas de mais de 9 pontos nos contratos mais negociados. Assim, o novembro terminou os negócios perdendo os US$ 10,00, fechando o pregão com US$ 9,96, enquanto o maio foi a US$ 10,39 por bushel. Os futuros do grão acompanharam os do óleo, que cederam mais de 3%, com a primeira posição sendo cotada a 41,99 cents de dólar por libra-peso. 

NEGÓCIOS NO BRASIL: ATENÇÃO AOS PRÊMIOS

Para o mercado brasileiro, segundo afirma o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, a atenção deve estar redobrada sobre os prêmios nesta semana, em especial com as baixas que se observam na Bolsa de Chicago. 

“O produtor tem que aproveitar nessa hora em que Chicago cai e os prêmios sobem, porque depois inverte. Depois da virada do ano é normal que Chicago melhore o prêmio caia por conta da chegada da safra do Brasil. Então, o produtor tem que pegar esse momento em que o mercado está alto para fazer sua posição e depois pegar a soja quando ela está bem. Nessa condição, o produtor sempre faz média de cotações bem melhor”, explica o consultor.

E esta semana com indicativos para os prêmios da safra nova entre 10 (no abril 2025) e 15 (no março 2025) cents de dólar por bushel acima dos valores praticados em Chicago, contra zero para o março e -5 para abril na semana passada, na perspectiva dos compradores. Além disso, o vendedor que pedia 10 cents acima da CBOT na semana passada, hoje já pede 20 centavos de dólar no março e 30 no abril. 

“Isso é um bom sinal, porque mesmo com o mercado em Chicago já batendo a porta dos US$ 10,00 para baixo está dando condições, através dos prêmios, de manter cotações futuras que variam de R$ 131,00 a R$ 139,00 – no julho -, com as posições lá na frente ainda estão dentro de patamares bons. Não podemos deixar para vender na boca da safra porque podemos pegar prêmios de 50, 60 centavos negativos, até mais negativos, e o produtor acaba não levando essa vantagem”, detalha Brandalizze. 

PETRÓLEO CEDE, PRESSIONA O ÓLEO E PUXA A SOJA

Entre os fatores de pressão para o óleo esteve a baixa forte do petróleo, que caiu mais de 2% nesta segunda, refletindo as projeções da OPEP (Organização dos Países Produtores e Exportadores de Petróleo) de menor demanda para 2024 e 2025, em especial por conta das importações menores da China, que caíram pelo quinto mês consecutivo. 

No intervalo de janeiro a setembro, as compras chinesas caíram 3% na comparação anual. De outro lado, as importações de soja registraram um aumento de 8% neste mesmo período, ao totalizarem 81,9 milhões de toneladas. Somente no mês passado, a nação asiática importou 11,4 milhões de toneladas. 

A China está sob monitoramento, com os mercados buscando entender como será a implementação do pacote de estímulos à economia da China, se medidas fiscais serão de fato divulgadas e como tudo isso impactará a segunda maior economia do mundo. 

Apesar disso, o mercado sentiu a pressão não só do óleo, mas também dos vizinhos milho e trigo, com o trigo perdendo mais de 2% em Chicago neste pregão. “Apesar do trigo subir no início da manhã em CBOT, devido ao aumento do preço mínimo na Rússia, a perspectiva de chuvas nas planícies dos EUA e no sul da Rússia levou a uma reversão e o grão operou em baixa”, afirmou o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa. 

Outro fator que pesou sobre as cotações foram as chuvas começando a chegar em algumas regiões importantes de produção do Brasil, principalmente no centro do país. “O modelo GFS, prevê para os próximos 10 dias, acumulados leves a moderados na faixa central
e sul do Brasil, com maior intensidade para GO e oeste de MG. O noroeste de MT promete acumulados leves”, complementa Sousa.

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