Apesar de nova dispara do petróleo nesta quinta-feira (3) de mais de 4% ainda em reflexo dos conflitos se intensificando no Oriente Médio, os futuros da soja e dos grãos seguem operando em campo negativo na Bolsa de Chicago. Na soja, as baixas variava de 6,50 a 6,75 pontos nos principais contratos, com o novembro valendo US$ 10,48 e o maio de US$ 10,96 por bushel.
A pressão para os futuros do grão ainda vinha do farelo de soja, que perdia mais de 2%, dando sequência a um movimento intenso de perdas neste mercado. As baixas se dão frente às notícias de que a EUDR (European Union Deforestation Regulation), a lei que proíbe as importações de produtos agrícolas de áreas ligadas ao desmatamento pela Europa, possa ser adiada.
Segundo explicam analistas e consultores de mercado, a possibilidade do adiamento – de 12 meses para grandes empresas e de 18 para micro e pequenas – deve manter o consumo da Europa com boa parte concentrada no Brasil – e na Argentina -, tirando uma parte da demanda do produto norte-americano, o que segue provocando certo peso sobre as cotações.
O adiamento efetivo da implantação da lei, porém, ainda precisa ser votado e aprovado tanto pelo Parlamento Europeu como pela Comissão Europeia.
Ainda de acordo com os especialistas, o que limita as baixas entre os preços da soja em grão é o suporte que outros mercados têm agora, como o óleo de soja. As altas entre os preços deste derivado eram de mais de 1% entre os vencimentos mais negociados, acompanhando a alta intensa do petróleo.
Mesmo assim, para a soja, especificamente, o fator-chave neste momento continua sendo o clima no Brasil e o desenrolar do plantio da safra 2024/25. As atenções estão todas voltadas às chuvas que aparecem de forma melhor distribuídas e mais abrangentes a partir da segunda quinzena de outubro.
O mercado deverá seguir volátil diante da nova safra do Brasil em andamento, sendo este o fator ainda central para o caminhar dos preços, apesar de novas notícias surgirem no radar que vão bem além dos fundamentos. Os players mantêm suas atenções sobre os modelos climáticos e monitorando as chuvas que deverão chegar ao Brasil na segunda metade de outubro.
De acordo com as estimativas da Pátria Agronegócios, o plantio da brasileiro deve alcançar perto de 4% da área até o final desta semana e para que deslanche melhor precisa de chuvas não só mais abrangentes, como volumosas e frequentes para o reequilíbrio das condições do solo, permitindo que as sementes possam expressar seu potencial produtivo.