A demanda global por soja continua com os olhos voltados para a oferta norte-americana e, nesta quarta-feira (21), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou mais uma venda de 253 mil toneladas da oleaginosa. Com o volume sendo todo da safra 2024/25, do total foram 132 mil toneladas para a China e 121 mil para destinos não revelados.
As vendas feitas no mesmo dia, para o mesmo destino e com volume igual ou superior a 100 mil toneladas devem sempre ser informadas ao departamento norte-americano. Além disso, estes reportes diários têm sido um pilar importante de suporte para as cotações da commodity na Bolsa de Chicago. Apesar de terem perdido parte da força da alta, os preços seguem operando em alta nesta quarta-feira, com o contrato março tendo, inclusive, conseguido retomar o patamar dos US$ 10,00 por bushel.
Com este anúncio, que é o terceiro da semana, o volume já vendido de soja somente nestes três dias chega a 1,066,492 milhão de toneladas. O bom volume, como há algumas temporadas não se via tão frequente, é reflexo da competitividade maior do grão dos EUA em relação ao do Brasil neste momento.
O analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities, faz um alerta sobre os estoques de soja e farelo que continuam a crescer na China. “O recebimento de soja cresceu muito rápido nas últimas semanas, levando os estoques para níveis muito altos. A estimativa do mercado é de continuidade de recebimento forte em agosto e setembro, e manutenção de altos níveis de processamento e ocupação das fábricas”.
Assim, as processadoras chinesas, ainda como detalha Vanin, sofrem pressão para redução nos preços do farelo, principalmente porque o atual momento na nação asiática é de queda na produção de rações.