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Sem ajustes internos, risco é de prolongamento de crise e redução de área de arroz

O mercado brasileiro de arroz segue em um ciclo de fragilidade, marcado por excesso de oferta, liquidez mínima e pressão constante sobre as cotações. “O que, em anos anteriores, seria um período de recuperação sazonal, transformou-se em um cenário de pessimismo generalizado”, lamenta o analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira.

“Estoques elevados funcionam como barreira à valorização, enquanto produtores retêm parte da oferta diante de preços inviáveis, indústrias operam apenas da mão para a boca e o varejo resiste a repasses, mantendo o mercado travado”, explica o analista.

No front de preços, produto padrão indústria (acima de 58% de inteiros) segue sob forte pressão. Na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, as referências giram entre R$ 64 e R$ 65 por saca FOB; em Pelotas, entre R$ 67 e R$ 69/sc FOB; enquanto em Santa Catarina as negociações ocorrem entre R$ 60 e R$ 65/sc FOB. “Níveis que, embora representem alguma frágil sustentação regional, permanecem distantes de uma remuneração adequada frente ao custo de produção”, acrescenta o consultor.

As exportações, que poderiam aliviar parte do excedente, encontram-se limitadas pelo fechamento da janela de competitividade diante da entrada da safra norte-americana e pela agressividade comercial de vizinhos como Paraguai, Uruguai e Argentina. “Estes países, com menores custos e vantagens logísticas, ampliam sua presença e reduzem o espaço do arroz brasileiro”, relata Oliveira.

Para o analista, sem ajustes internos que ampliem competitividade e agilidade logística, o risco é de prolongamento da crise, redução de área plantada e comprometimento da sustentabilidade da orizicultura no longo prazo.

A média da saca de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros, pagamento à vista) encerrou a quinta-feira cotada a R$ 66,00, queda de 2,21% em relação à semana anterior. Na comparação com o mesmo período do mês passado, a baixa era de 5,67%, enquanto, em relação a 2024, a desvalorização atingia 44,11%.

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