O Valor Bruto da Produção (VBP) do Mato Grosso atingiu R$ 174,79 bilhões em 2024, uma redução de R$ 21,1 bilhões em comparação aos R$ 195,89 bilhões registrados em 2023, o que representa uma queda de 10,76%. O estado, que continua sendo o maior contribuinte para o VBP brasileiro, representou 14,35% do total nacional em 2024, contra 15,77% no ano anterior. A retração foi impulsionada, principalmente, pela performance negativa das duas principais culturas: soja e milho. As informações foram divulgadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em 21 de novembro de 2024.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR
A soja, carro-chefe do VBP estadual, registrou uma queda expressiva de 19,3%, passando de R$ 96,69 bilhões em 2023 para R$ 77,90 bilhões em 2024. Essa redução, equivalente a R$ 18,79 bilhões, reflete a combinação de preços internacionais mais baixos e condições climáticas adversas em algumas regiões produtoras. Já o milho, segundo produto mais relevante do estado, também apresentou uma retração significativa de 17,4%, com o VBP passando de R$ 39,50 bilhões para R$ 32,61 bilhões no mesmo período.
O desempenho da bovinocultura de corte foi um dos poucos destaques positivos. O VBP do setor cresceu 7% em 2024, alcançando R$ 27,01 bilhões, frente aos R$ 25,23 bilhões de 2023. Esse avanço foi impulsionado pela recuperação dos preços no mercado interno e externo, além do fortalecimento das exportações para mercados asiáticos. A carne bovina se consolida como o terceiro produto mais importante na composição do VBP do Mato Grosso.
Entre os produtos de menor representatividade, o algodão registrou um crescimento de 9,3%, com o VBP subindo de R$ 21,18 bilhões em 2023 para R$ 23,15 bilhões em 2024. O frango também apresentou leve alta, de 1,3%, totalizando R$ 3,13 bilhões. O VBP do leite em Mato Grosso em 2023 foi de R$ 726,6 milhões, enquanto em 2024 caiu para R$ 639,1 milhões, registrando uma queda de 12,1%.
Apesar da redução no VBP, o Mato Grosso segue como protagonista no agronegócio brasileiro, sendo líder em soja, milho, algodão e carne bovina. No entanto, o desempenho em 2024 evidenciou a vulnerabilidade do estado às oscilações de preços no mercado internacional e às adversidades climáticas.