Os preços do açúcar recuaram nesta quarta-feira (17), refletindo preocupações de que a Índia possa ampliar suas exportações além do inicialmente esperado. O contrato outubro/25 do açúcar bruto em Nova Iorque caiu 1,13%, cotado a 15,72 cents de dólar por libra-peso, enquanto o março/26 recuou 0,97%, para 16,40 cents. Em Londres, o contrato dezembro/25 do açúcar branco fechou em US$459,10 por tonelada, baixa de 1,44%.
Segundo a trader Sucden, a Índia deve desviar cerca de 4 milhões de toneladas de açúcar para a produção de etanol em 2025/26, mas esse volume não seria suficiente para reduzir o excedente doméstico. Com isso, as usinas indianas poderiam exportar até 4 milhões de toneladas da commodity, número bem acima das expectativas iniciais de 2 milhões de toneladas, o que tende a pressionar ainda mais os preços no mercado internacional.
A valorização do real brasileiro, que atingiu a maior cotação em 15 meses frente ao dólar, limitou parte das perdas. Um real mais forte desestimula as exportações do Brasil, maior fornecedor global da commodity. No entanto, fatores técnicos também podem influenciar os próximos movimentos. Dados da CFTC mostram que os fundos ampliaram suas posições vendidas líquidas em açúcar em 32.849 contratos na semana encerrada em 9 de setembro, chegando a 182.608, o maior nível em quase seis anos. Esse excesso de posições vendidas pode abrir espaço para ganhos em caso de movimentos de cobertura.
