Pular para o conteúdo Pular para a barra lateral Pular para o rodapé

Anea projeta crescimento das exportações brasileiras e reforça foco na expansão do consumo mundial

Num cenário de grande oferta mundial de algodão, consumo quase empatado e importações pela China reduzidas, o desafio do Brasil será seguir ampliando as exportações, com foco na conquista de mais espaço nas prateleiras do varejo. Para a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), o incremento nos embarques é possível, graças à qualidade do produto brasileiro e à diversificação dos destinos, comprovada pelo inédito protagonismo da Índia neste ano, e com a continuidade dos trabalhos institucionais de abertura e manutenção de mercados. A ponderação foi feita durante a 81ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados, realizada nesta terça-feira (02/12), por plataforma digital.

Uma das 31 câmaras setoriais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a Câmara do Algodão é presidida pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e congrega os diversos elos da cadeia produtiva da fibra, dentre eles, produtores, exportadores e indústria, representada pela Associação Brasileira da Indústria de Confecção e Tecelagem (Abit).

“Mesmo com o atraso de safra, o Brasil tem conseguido superar as exportações dos anos anteriores. Isso, somado à diversificação dos destinos, fez com que mantivéssemos a liderança mundial nas exportações e reduzíssemos nossa exposição às tensões geopolíticas, garantindo um desempenho consistente mesmo num cenário global incerto”, explica o presidente da Anea, Dawid Wajs, reforçando que a estratégia para a expansão deve focar no aumento do consumo de algodão no mundo. “Isto é especialmente desafiador quando os preços do petróleo, base dos tecidos sintéticos, estão baixos”, considerou.

De acordo com os dados do USDA divulgados pela Anea, a estimativa para o ano comercial, que vai de julho de 2025 até junho de 2026, é de exportar de 3,2 milhões de toneladas, contra 2,9 milhões de toneladas registradas no ciclo anterior. O Brasil manteve-se na liderança das exportações, com 32% de participação no mercado global, à frente dos Estados Unidos (27%) e Austrália (11%). Já a produção, divulgada pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), durante o encontro, foi de, aproximadamente, 4,25 milhões de toneladas de pluma (algodão beneficiado), das quais cerca de 760 mil toneladas ficam na indústria nacional, também segundo o USDA. O excedente é exportado, sendo os principais destinos, nos últimos três anos, China, Vietnã, Bangladesh, Turquia e Paquistão.

O destaque da Índia foi circunstancial, e tem a ver com política tarifária especial que exime de imposto de importação todo o algodão que chegar ao país até o dia 31 de dezembro deste ano. “A Índia, que já responde por 16% das exportações da nova temporada, despontou num momento de demanda internacional curta e preços muito baixos”, explica Wajs. Ainda segundo a Anea, de julho último até outubro, 677 mil toneladas já foram embarcadas. Novembro já aponta 325 mil toneladas. “A expectativa é fechar o mês com um número ainda mais forte”, ressalta.

Oferta e demanda

De acordo com os números do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), apresentados pelo presidente da Anea, Dawid Wajs, em 2025/2026, o mundo produziu pouco mais de 26 milhões toneladas de algodão para um consumo global quase empatado, de 25,8 milhões toneladas, e os altos estoques de passagem contribuem para o sentimento baixista. Os preços estão achatados. As cotações de março de 2026 em Nova Iorque estão próximas de 65 centavos de dólar por libra-peso. À oferta maior se somam os problemas de geopolítica e guerras.

“O esforço integrado de Anea, Abrapa e ApexBrasil, através do programa Cotton Brazil, tem dado frutos visíveis: estamos conseguindo colocar o nosso algodão no mundo mesmo com um cenário desafiadorPara o próximo ano, nosso grande desafio é manter o ritmo forte de exportações diante de uma safra grande e de preços internacionais muito baixos. Em momentos difíceis, a união da cadeia do algodão sempre fez a diferença. Como fibras de um fio, juntos ganhamos força para superar qualquer crise.”, concluiu.

Para Gustavo Picolli, presidente da Abrapa, escoar quase quatro milhões de toneladas de algodão, especialmente com estoques elevados na safra de passagem, não será fácil, e a Abrapa está trabalhando em possíveis soluções para ajudar no desafio. “Reforçamos o pedido de apoio ao governo federal para uma linha de crédito que permita a retenção do algodão e seguimos trabalhando na alocação de recursos. Temos certeza de que, com união, vamos superar este momento”, finalizou.

A Agro Xingú Corretora de Grãos trabalha com os melhores grãos do mercado e também deixa você por dentro das últimas novidades e análises sobre do agronegócio.
Não se esqueça de seguir nossas redes sociais.

Acessar Fonte da Notícia