A Argentina restabeleceu nesta quarta-feira (24) os impostos de exportação sobre grãos, seus derivados e também sobre carne bovina e de frango. A medida foi anunciada pela agência fiscal ARCA após o país atingir rapidamente o limite de vendas externas de US$ 7 bilhões.
Na segunda-feira (22), o governo havia publicado um decreto suspendendo temporariamente as tarifas sobre soja, milho, trigo e derivados – incluindo biodiesel – para acelerar os embarques e captar dólares que ajudam a sustentar o enfraquecido peso argentino.
O plano previa que a isenção vigorasse até o fim de outubro ou até que as exportações somassem US$ 7 bilhões. No entanto, esse teto foi alcançado em apenas dois dias.
De acordo com as informações do site Infocampo, as Declarações de Vendas ao Exterior (DJVE) registrados a partir desta quinta-feira voltarão a considerar as alíquotas vigentes até a última sexta-feira: 26% para soja e 9,5% para milho e trigo, como as mais significativas, tendo em vista a importância desses grãos e seus derivados na geração de divisas.
Durante o curto período de alívio tributário, compradores chineses aproveitaram para reforçar seus estoques e garantiram ao menos 10 cargas de soja no primeiro dia da suspensão.
Ainda de acordo com o InfoCampo, a Sociedade Rural de Rosário e alguns líderes atuais e antigos do setor expressaram recentemente suas críticas porque a isenção do imposto retido na fonte durou apenas 72 horas e eles a consideraram um acordo apenas para exportadores.
Nesse contexto, a Sociedade Rural de Rosário (SRR) e atuais e antigos líderes rurais questionaram se o que estava previsto realmente aconteceu: tratava-se de uma medida financeira, e não produtiva, com o objetivo de obter rapidamente uma reserva em dólar para manter a estabilidade cambial . A medida foi explorada por grandes empresas exportadoras, enquanto os produtores argentinos não conseguiram aproveitá-la.
Segundo o Departamento Rural de Rosário, “a grande maioria dos produtores primários e médios ficaram de fora desse benefício”.