As exportações brasileiras de milho seguem com ritmo acima do registrado no mesmo período do ano passado até aqui em agosto. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o país embarcou 3.126.407,2 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) nos 11 primeiros dias úteis do mês, o que corresponde 51,56% do volume exportado em agosto de 2024, que foi de 6.063.155,3 toneladas.
A média diária de embarques ficou em 284.218,8 toneladas, um avanço de 3,1% frente às 275.598 toneladas por dia útil registradas no ano passado.
O analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, destacou que as expectativas para as exportações de milho do Brasil em 2025 são bastante positivas.
“A própria Conab aumentou a estimativa de exportação dela. A gente já acreditava que ia bater 40 milhões de toneladas nessa safra já há muito tempo, devido à superprodução esperada, mas a CONAB vinha com 36 milhões no mês passado e agora aumentou. Então eu acho que agora, deste mês de agosto em diante, nós vamos ver um crescimento acelerado nas exportações”, diz.
Brandalizze aponta ainda que, mesmo com as exportações dos Estados Unidos também muito fortes, o Brasil deverá embarcas grandes volumes de milho no ano, já que há um grande déficit entre oferta e demanda do cereal no mundo.
“A questão é que existem mercados diferentes. Os grandes compradores de milho americano são México, Japão, Coreia do Sul, Colômbia e alguns outros aí espalhado, mas esses são os principais que levam a maior parte do milho americano. E daí a gente passa para o Brasil, o nosso maior comprador é o Irã, que não compra milho americano. Depois nós temos mercados ali da Ásia, mercados da África, Oriente Médio, ou seja, os mercados são diferentes. Então, automaticamente, mesmo com o ciclo de vendas americanos acelerado, com grandes volumes, mas eles estão atendendo os mercados tradicionais deles. E a demanda de milho no mundo está batendo recorde, então você vê a demanda desse ano, ela é 31, 32 milhões de toneladas a mais do que a produção. Então existe uma carência de milho, está se consumindo estoques e mesmo que tenha grande safra, esse milho ele tem espaço para correr o mundo”, afirma o analista.
No faturamento, o Brasil arrecadou US$ 641,217 milhões no acumulado do mês até agora, contra US$ 1,168 bilhão em todo o mês de agosto de 2024. A média diária subiu 9,7%, saindo de US$ 53,120 milhões para US$ 58,292 milhões por dia útil.
O preço médio pago por tonelada também saltou 6,4% no período, indo de US$ 192,70 em agosto de 2024 para US$ 205,10 até agora em julho de 2025.