JACARTA (Reuters) – As exportações de óleo de palma da Indonésia para os Estados Unidos podem cair devido à ameaça de tarifas de 32% sobre os produtos indonésios, permitindo que os concorrentes da Malásia ganhem participação de mercado, disse um representante do setor à Reuters nesta terça-feira.
Os dois países são os maiores produtores de óleo de palma do mundo, mas a Indonésia tem sido, de longe, o maior fornecedor dos Estados Unidos, respondendo por 85% de suas importações totais no ano passado.
No entanto, se a nova tarifa entrar em vigor, isso poderá levar a uma queda de 15% a 20% nos embarques de óleo de palma da Indonésia para os Estados Unidos, disse Hadi Sugeng, secretário-geral da Associação Indonésia de Óleo de Palma.
“A competitividade do óleo de palma diminuirá em relação a outros óleos vegetais, como o óleo de soja e o óleo de colza, especialmente se os países que exportam esses óleos vegetais receberem tarifas mais baixas”, acrescentou.
A Indonésia exportou um total de 29,5 milhões de toneladas de produtos de óleo de palma em 2024. As exportações para os Estados Unidos ficaram em uma média de 2,25 milhões de toneladas por ano nos últimos três anos, disse Hadi.
O principal negociador da Indonésia está indo para Washington na terça-feira para se reunir com representantes comerciais dos Estados Unidos, disse uma autoridade do Ministério da Economia.
O óleo de palma da Malásia enfrenta uma tarifa mais baixa, de 25%, o que dá aos produtores uma vantagem sobre seus concorrentes indonésios.
Em discurso na terça-feira, o ministro de plantações e commodities da Malásia, Johari Abdul Ghani, disse que os importadores dos EUA teriam que arcar com o custo das tarifas adicionais sobre o óleo de palma.
Ele disse que não há alternativa ao óleo de palma nos EUA, pois a soja não pode ser convertida em oleoquímicos, produtos de origem vegetal usados em pastas de dente e detergentes.
“Acho que não há concorrência. Se eles nos cobrarem 25%, no fim das contas quem vai pagar por isso serão os norte-americanos”, disse ele.
(Reportagem de Bernadette Christina Munthe e Ashley Tang em Kuala Lumpur; redação de Fransiska Nangoy)