Produtores organizados em cooperativa e olhar voltado para a exportação: como é a comercialização dos tomates de Almería na Espanha

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Ao contrário do que acontece no Brasil, onde os produtores de tomate comercializam seus próprios frutos e essencialmente para o mercado interno, na região de Almería na Espanha o modelo que predomina é o cooperativismo e o olhar para a exportação para outros países do continente. 

Entre as cooperativas da região, o maior delas é a Casi, que também é uma das maiores de toda a Europa. São mais de 1.700 produtores associados que correspondem à cerca de 2.100 hectares de tomate produzidos na província de Almería. 

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Diretores da Cooperativa Casi – Foto: Guilherme Dorigatti

Durante a Jornada BASF Nunhems na Europa, o Notícias Agrícolas esteve com o grupo brasileiro visitando duas das instalações da cooperativa que iniciou suas atividades há 80 anos, em 1944, e emprega até 1.100 funcionários no pico da safra. 

O Subdiretor do Departamento Técnico da Casi, Federico Castellon, conta que a produção anual da cooperativa é de cerca de 220 mil quilos de tomate anualmente, gerando receitas entre 250 e 260 milhões de euros. 

Atualmente, a cooperativa trabalha com dois modelos de negócios, um mais voltado para a exportação e outro com mais destino ao mercado espanhol. 

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Tomates para exportação na Cooperativa Casi – Foto: Guilherme Dorigatti

No primeiro deles, os produtores cooperados entregam os tomates recém-colhidos em uma das sedes da Casi, que faz todo o trabalho de limpeza, classificação, embalagem e distribuição dos frutos, que tem como destinos principais países como Alemanha e Polônia. 

No segundo, os produtores já entregam os tomates prontos na cooperativa, que recebe os compradores em outra sede da empresa para uma espécie de leilão chamado de “subasta”. Durante o leilão, os compradores podem avaliar os lotes e dar lances para arrematar os de maior alta qualidade, deixando os restantes para lances menores. 

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Conferência de qualidade dos tomates na Cooperativa Casi – Foto: Guilherme Dorigatti

Ao longo de todos esses processos, há um olhar muito atento para garantir a qualidade de todos os produtos seja pelo olhar e mãos humanas ou por máquinas com inteligência artificial. Apenas para um equipamento que mede o teor de brics dos tomates por meio de fotos, foram investidos cerca de 1,5 milhão de euros.

Todos esses investimentos e diferenças chamaram a atenção dos produtores brasileiros que acompanharam a visita nas duas sedes da cooperativa em Almería.

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Um dos galpões da Cooperativa Casi – Foto: Guilherme Dorigatti

“A visita foi muito proveitosa. A gente viu muitos tipos de classificação de tomates e as formas de comercialização. Isso enriquece muito o nosso trabalho do dia-a-dia e são muitas novas ideias para a gente levar para as nossas cidades”, diz Lauro Andrade, produtor de tomates no Grupo Irmãos Andrade.

“É algo inovador e totalmente diferente do que a gente tem no Brasil. Isso pode nos ajudar muito nas nossas dificuldades com mão de obra qualificada e auxiliar na organização, produção e melhorar a qualidade”, conta Ricardo Marques, produto de tomates na Santa Bárbara Tomates.

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Uma das variedades de tomate da Cooperativa Casi – Foto: Guilherme Dorigatti

“Tivemos a oportunidade de visitar a maior cooperativa de tomates de Almería que trabalha em dois modelos de negócios distintos para a comercialização. É uma cooperativa muito estruturada e muito focada na marca Casi e em trazer produtos de qualidade junto aos produtores da região”, resume Diego Lemos, Gerente de Portifólio da BASF Nunhems. 

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