Diante da possível acomodação dos preços do animal no primeiro mês do ano pode haver moderação do spread da atividade, mas ainda em bom patamar histórico. Para 2025, enxergamos a possibilidade de mais um ano de bons resultados, desde que não ocorra um aumento desproporcional do ritmo de produção.
Para 2025, segundo estimativas da ABPA, a produção de carne suína deverá crescer até 1%, alcançando 5,25 MM t, isto é, mantendo o ritmo modesto de expansão observado em 2024. Já com relação às exportações, a projeção é de que até 1,37 MM t sejam embarcadas, o que significará elevação de 3,8% sobre 2024.

Foto: Claudio Neves
Caso este cenário se concretize, as margens devem seguir elevadas na engorda. Mas vale observar que, momentos de altos spreads na suinocultura costumam ser seguidos de expansão mais forte da produção, como o ocorrido em 2020. Se considerarmos a perspectiva de custos da ração controlados e boas exportações em perspectiva, sob a ótica das condições de mercado, pode haver uma aceleração da produção.
O contexto global de menor produção de carne suína na China (-2,2%) para 2025, segundo o USDA, em função da redução do estoque de matrizes e do menor consumo doméstico, não deverá significar menores importações. Lembrando que o total importado caiu muito nos últimos 4 anos,saindo de 5,2 MM t em 2020 para 1,3 MM t em 2024, na medida em que a produção chinesa se recuperou da Peste SuínaAfricana.
No curto prazo, o spread tende a ceder um pouco, dada a possibilidade de acomodação no preço do animal em janeiro, acompanhando a demanda mais fraca do período. Ainda assim, há bastante espaço para ajustes sem comprometer as margens de maneira relevante.