As exportações brasileiras de uva recuaram em janeiro, como de costume. Porém, ao menos, houve um aumento frente a janeiro do ano passado. Segundo dados do Comex Stat, o volume enviado foi de 2,06 mil toneladas, recuo de 86% frente a dezembro/24, mas avanço de 18% ante janeiro/24. Esse número foi o maior para o mês de janeiro dos últimos seis anos, perdendo apenas para 2019, quando foram enviadas 3,66 mil toneladas de uvas. Entretanto, o avanço no volume não foi seguido pela receita, que ficou praticamente estável em relação a janeiro/24, ficando em US$ 5,32 milhões (-1%).
Segundo colaboradores do Hortifrúti/Cepea, o aumento se deve à boa demanda dos países importadores, como Estados Unidos e Reino Unido, efeito da manutenção dos acordos prolongados devido aos entraves logísticos de países concorrentes, como foi o caso do Peru e da África do Sul. Embora o ano tenha começado com bons resultados, o cenário deve ser de redução de oferta das uvas Cat 1 e Premium – parâmetros de qualidade necessários para exportação – em fevereiro, principalmente para as variedades brancas sem semente, devido ao reflexo das chuvas intensas de janeiro no Vale do São Francisco (PE/BA), principal região exportadora. Essa redução de oferta doméstica pode favorecer novamente as importações. Em janeiro, a compra foi de 771,60 toneladas, aumento de 114% frente a janeiro do ano passado, o maior volume desde 2019.
Caso as chuvas permaneçam no Vale, a produção brasileira pode seguir contida, prejudicando as exportações e favorecendo as importações. Agentes relatam que há certa carência de estratégias voltadas à mitigação dos desafios climáticos para manutenção da qualidade e dos volumes de produção, o que precisa ser trabalhado.
