O mercado do Feijão nesta semana seguiu o roteiro esperado para o pico da terceira safra: pressão na base produtora, lotes excelentes sendo oferecidos e compradores mais segurando do que negociando.
No Noroeste de Minas Gerais, estima-se que 75% das áreas estejam colhidas, com cerca de 45% já comercializado. Historicamente, um volume maior teria sido armazenado, mas a safra menor — que pode ter encolhido entre 25% e 35%, dependendo do otimismo de quem analisa — mudou essa dinâmica.
No Feijão-carioca, vimos novamente a corda esticar entre a vontade de vender e a necessidade de preservar valor. Negócios ocorreram a R$ 200 em Goiás (mais as despesas com impostos) e entre R$ 215 e R$ 220 em Minas Gerais e no próprio Goiás. É aquele momento em que o produtor começa a fazer contas e coloca o pé no freio — principalmente quem tem estrutura para armazenar.
Já no Feijão-preto, o Paraná segue com negócios em patamares estáveis, mas os vendedores andam cada vez mais calados. Quem tem produto de qualidade está optando por segurar — e estão certos.
O consumidor está comprando, o varejo está promovendo, e o fluxo está andando. Temos pela frente um longo segundo semestre até a próxima colheita, que tende a ser muito menor do que a registrada no início deste ano. Para quem ainda tem produto de qualidade no campo ou em câmara fria, a estratégia da paciência parece mesmo a mais acertada. E da exportação vem uma excelente notícia: o setor já ultrapassou 219.026 toneladas exportadas — 78% a mais do que no primeiro semestre de 2024.
A grande estrela do ano? O Feijão-mungo-preto, com destino à Índia. O Clube Premier segue acompanhando todos os sinais. É hora de cautela, visão de médio prazo e informação precisa.