O Levantamento Agropecuário confirma o que já se pressentia: 97% das lavouras de Feijão têm menos de 5 hectares. Um retrato sólido da agricultura familiar, feita por milhares de produtores que mantêm viva a tradição, colaboram com o autoconsumo e garantem o alimento mais brasileiro do dia a dia. Mas há um contraponto poderoso: apenas 0,5% das lavouras — aquelas com mais de 50 hectares — são responsáveis por cerca de 75% da produção nacional de Feijão. É essa logística de escala que domina o fluxo de oferta e influencia quem determina os preços. Ou seja, continuamos precisando muito dos dois lados: o pequeno produtor, guardião da cultura e da segurança alimentar, e o grande, que sustenta o abastecimento, a estabilidade de mercado e os olhares exportadores. Preços de 3 de setembro de 2025 Segundo o CEPEA/CNA, aqui está o panorama para os principais tipos de Feijão:
Feijão Carioca — Notas 9 ou superior:
Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba: R$ 221,87/sc (+4,65%)
Itapeva (SP): R$ 249,31/sc (+1,56%)
Centro/Noroeste Goiano: R$ 222,89/sc (+1,05%)
Leste Goiano: R$ 213,18/sc (+1,55%)
Noroeste de Minas: R$ 222,10/sc (queda de –0,02%)
Barreiras (BA): R$ 216,67/sc (sem variação)
Feijão Carioca — Notas 8 e 8,5:
Centro/Noroeste Goiano: R$ 188,89/sc (+4,86%) — destaque positivo
Curitiba (PR): R$ 191,37/sc (+1,97%)
Metade Sul do Paraná: R$ 180,45/sc (+1,53%)
Itapeva (SP): R$ 218,95/sc (+0,23%)
Leste Goiano: R$ 197,63/sc (+0,93%)
Noroeste de Minas: R$ 206,85/sc (+0,12%)
Sul Goiano: R$ 184,89/sc (–0,96%)
Barreiras (BA): R$ 199,56/sc (–0,51%)
Feijão Preto — Tipo 1:
Metade Sul do Paraná: R$ 120,69/sc (+1,34%)
Curitiba (PR): R$ 126,61/sc (queda de –2,41%)
Nordeste Rio-grandense: R$ 114,68/sc (sem variação)
Oeste Catarinense: R$ 105,62/sc (–1,17%)
Feijão Carioca tipo 1: R$ 176,10/sc (+5,30%)
Feijão Preto tipo 1: R$ 112,21/sc (–2,38%)
Conclusão
A valorização segue firme para o carioca de melhor qualidade, refletindo boa demanda, valorização dos lotes claros e estratégia de armazenamento. O carioca notas 8/8,5 também mostra recuperação, com destaque para o Centro/Noroeste Goiano e o Paraná — sinal de mercado firme no campo intermediário.
Já o Feijão Preto sofre com excesso de oferta e queda de demanda, especialmente no atacado do Paraná.
A discrepância entre oferta e preço no campo (pequenos vs. grandes) segue ressaltando a importância estratégica de ambas as forças agropecuárias.