Em evento com Ratinho e líderes, Embrapa e Biocoop lançam inoculante para milho

Uma cerimônia especial, com a presença do governador Ratinho Júnior, e outras autoridades, marcou no fim da manhã desta quarta-feira, 12, o lançamento oficial do inoculante Azoscoop, um avanço para a cultura do milho. O produto, desenvolvido com as estirpes da bactéria promotora de crescimento Azospirillum brasilense CNPSo 2083 (Ab-V5) e CNPSo 2084 (Ab-V6), destaca-se por sua formulação inovadora e maior eficiência agronômica em relação aos inoculantes tradicionais.

O lançamento também marcou a apresentação oficial da Biocoop, primeira indústria de biodefensivos criada por uma cooperativa no Brasil (Coopavel), fruto de um investimento de aproximadamente R$ 120 milhões. A iniciativa representa um salto significativo na busca por soluções biológicas e sustentáveis para a agricultura, reforçando a importância da colaboração entre setor público e privado na inovação agropecuária.

Para o governador do Paraná, Ratinho Junior, a parceria entre Embrapa e Coopavel simboliza uma nova era para a pesquisa e a produção de tecnologias no Brasil. “A Embrapa está para o Brasil assim como a Nasa está para os Estados Unidos. Não se pode mais pensar em pesquisa sem colaboração entre os setores público e privado. A ciência precisa ser transformada em produtos acessíveis aos produtores, gerando emprego e renda, e é isso que estamos vendo aqui”, destacou Ratinho.

O presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, ressaltou a importância da biotecnologia para o futuro da agricultura. “Hoje, a agricultura investe cerca de R$ 85 bilhões ao ano em produtos químicos, enquanto os biológicos ainda representam apenas 10% desse montante. Até 2030, esse mercado deve crescer 200%, chegando a R$ 30 bilhões. A parceria da Coopavel, por meio da Biocoop, com a Embrapa nos coloca na vanguarda dessa revolução, trazendo alternativas sustentáveis e mais saudáveis ao produtor e ao consumidor”, destaca Dilvo.

O chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno, enfatizou a riqueza da biodiversidade brasileira e seu potencial para a agricultura: “Temos 30% da biodiversidade do planeta e precisamos explorá-la melhor. O Azoscoop utiliza um organismo descoberto no Brasil, que captura nitrogênio do ar e o disponibiliza para as plantas, reduzindo a necessidade de fertilizantes químicos e, consequentemente, as emissões de gases de efeito estufa. É uma inovação que melhora a produtividade e a resiliência das lavouras”.

Mariangela Hungria, pesquisadora da Embrapa e doutora em Ciência do Solo, uma das principais pesquisadoras das Américas, destacou que o desenvolvimento de um produto como o Azoscoop é fruto de décadas de pesquisa. “São 50 anos de estudos que agora chegam às mãos dos agricultores. A Embrapa não vende produtos, vende conhecimento. A parceria com a Coopavel, que também chega aos seus 50 anos, garante que essa tecnologia alcance o campo, beneficiando pequenos e médios produtores”, afirmou a pesquisadora.

O inoculante

“A principal vantagem desse bioinsumo é aumentar o potencial produtivo do milho e, ao mesmo tempo, oferecer a possibilidade de diminuição no uso de nitrogênio químico em cobertura”, explica o pesquisador Marco Antonio Nogueira, da Embrapa Soja. “O registro de um inoculante com formulação aprimorada e resultados robustos a campo permitem a expansão do uso desse bioinsumo, provendo benefícios à agricultura brasileira, com aumento do rendimento associado ao menor uso de fertilizantes químicos nitrogenados”.

O inoculante com a nova formulação, denominado Azoscoop®, foi avaliado em sete ensaios de campo com a cultura do milho, por quatro safras, em quatro regiões do Paraná. Considerando todos os ensaios, ao se usar o novo inoculante, houve um incremento médio de 12,4% no rendimento de grãos, mesmo reduzindo a adubação nitrogenada de cobertura em 25%. Todos os ensaios receberam a mesma adubação de base, que forneceu 24 kg ha-1 de N.

Segundo os pesquisadores, os inoculantes contendo bactérias promotoras de crescimento de plantas têm sido cada vez mais utilizados para substituir total ou parcialmente fertilizantes químicos. As estirpes de Azospirillum brasilense CNPSo 2083 (Ab-V5) e CNPSo 2084 (Ab-V6) são utilizadas como inoculantes comerciais desde 2009/2010 e representam atualmente um mercado de mais de 20 milhões de doses anuais.

Nogueira explica que os principais benefícios das estirpes CNPSo 2083 (Ab-V5) e CNPSo 2084 (Ab-V6) têm sido atribuídos à capacidade de sintetizar fitormônios (especialmente compostos indólicos), em adição à capacidade, ainda que modesta, de fixação biológica do nitrogênio. “Os fitormônios resultam em uma melhora significativa no crescimento e na arquitetura das raízes, aumentando a capacidade de absorção de água e nutrientes e assim aumentam a eficiência de uso do N-fertilizante pelas plantas”, indica Mariangela.

A pesquisadora reforça que o maior aproveitamento do nitrogênio proveniente do fertilizante, principalmente pela promoção do crescimento de raízes, traz vários benefícios. “Com isso, há impactos econômicos positivos para a cultura do milho, porque o produtor terá menores custos com a adubação nitrogenada e, também, haverá benefícios ambientais com a mitigação da emissão de gases de efeito estufa”. Ela alerta para a necessidade do aumento da eficiência de uso de fertilizantes químicos para a produção de grãos e aponta o nitrogênio (N) como o nutriente com grande prioridade, já que é requerido em maior quantidade pelas plantas. “Os inoculantes, com as bactérias promotoras de crescimento de plantas, substituem total ou parcialmente fertilizantes químicos, reduzem os impactos ambientais e aumentam o rendimento das culturas”, explica.

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