O Valor Bruto da Produção (VBP) do milho no Brasil fechou em R$ 122,6 bilhões em 2024, uma queda de 17,6% em relação aos R$ 148,7 bilhões registrados no ano anterior. Essa retração reflete principalmente a queda nos preços internacionais e uma menor demanda em mercados externos, impactando todos os principais estados produtores. As informações foram divulgadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em 21 de novembro de 2024.
O Mato Grosso, maior produtor nacional de milho, viu seu VBP recuar de R$ 39,5 bilhões em 2023 para R$ 32,6 bilhões em 2024, uma redução de 17,5%. A forte dependência de exportações para escoar a produção e a menor rentabilidade impactaram diretamente o estado, que ainda representa mais de 26% do total nacional.
O Paraná, segundo maior estado produtor, registrou uma queda expressiva no VBP, que passou de R$ 17,1 bilhões em 2023 para R$ 13 bilhões em 2024, retração de 23,6%. Chuvas excessivas e intempéries climáticas prejudicaram a colheita e reduziram a produtividade em várias regiões do estado.
Em Goiás, o VBP do milho caiu de R$ 12,7 bilhões para R$ 11,2 bilhões, o que representa uma redução de 11,8%. A diminuição reflete o impacto de menores preços médios no mercado interno e externo, além de desafios na logística de escoamento da produção.
O Mato Grosso do Sul sofreu uma das maiores quedas, com o VBP despencando de R$ 11,8 bilhões em 2023 para R$ 7 bilhões em 2024, uma retração de 40,7%. Minas Gerais também enfrentou queda, passando de R$ 8,4 bilhões para R$ 7 bilhões, redução de 16,6%. Já o Rio Grande do Sul registrou uma leve retração, com o VBP diminuindo de R$ 4,3 bilhões para R$ 4,2 bilhões, refletindo a desaceleração geral do setor.
A retração do VBP do milho em 2024 foi generalizada, destacando as dificuldades enfrentadas pelos produtores diante de um cenário de preços mais baixos, custos elevados e desafios logísticos e climáticos. O milho segue como um dos principais produtos do agronegócio brasileiro.