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Colheita do milho pressiona frete e fertilizante importado bate recorde no 1º semestre

A intensificação da colheita do milho segunda safra vem alterando o ritmo logístico em importantes polos do agronegócio brasileiro. A nova rodada de movimentação de grãos já provoca impacto no mercado de fretes, com variações positivas nos preços em diversas regiões, e é acompanhada por um volume expressivo de importações de fertilizantes, indicando otimismo do setor quanto à próxima temporada agrícola.

As informações constam da edição de julho do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada nesta quarta-feira (23). Segundo o relatório, entre janeiro e junho deste ano o Brasil importou 19,41 milhões de toneladas de fertilizantes, crescimento de 9,29% em relação ao mesmo período de 2024. O porto de Paranaguá lidera a entrada dos insumos, com 5,14 milhões de toneladas, seguido pelos portos do Arco Norte e de Santos.

Esse volume expressivo reforça o planejamento antecipado do produtor rural, mesmo em um cenário internacional instável, com a expectativa de novas safras volumosas. A movimentação também afeta o mercado de transporte: estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Goiás, Maranhão e o Distrito Federal registraram alta nas cotações do frete, puxadas pela demanda crescente por caminhões, tanto para escoamento da soja ainda estocada quanto para o milho recém-colhido.

Em contrapartida, a Bahia e algumas rotas do Paraná observaram queda nos preços, reflexo da ampla oferta de transporte disponível. Minas Gerais e Piauí mantiveram certa estabilidade, com variações pontuais influenciadas pela distância e pelo tipo de carga.

Exportações em ritmo distinto

As exportações de soja em junho somaram 13,42 milhões de toneladas, número ligeiramente inferior ao registrado em maio. Apesar da retração, o Brasil mantém forte presença no mercado global, favorecido pela menor competitividade da soja argentina e por restrições impostas pela China ao produto dos Estados Unidos. Os portos do Arco Norte (38,5%) e de Santos (36,9%) concentraram os embarques. A produção embarcada veio, majoritariamente, de Mato Grosso, Goiás, Paraná e Minas Gerais.

No caso do milho, as exportações no mês passado totalizaram 6,4 milhões de toneladas, número inferior ao de junho de 2024. O porto de Santos liderou o escoamento, seguido por São Francisco do Sul, Arco Norte, Paranaguá e Rio Grande. Mato Grosso, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul foram os principais estados exportadores. No mercado interno, o excesso de oferta, os gargalos logísticos e as incertezas causadas pela gripe aviária mantêm as negociações em ritmo lento. No entanto, a demanda da indústria de proteína animal e do setor de etanol deve dar suporte à valorização do cereal ao longo do semestre.

Farelo de soja e esmagamento em alta

Foto: Gilson Abreu

A elevação no esmagamento da soja aumentou os estoques e a oferta de farelo. A produção estimada do derivado chega a 43,78 milhões de toneladas em 2025. As exportações do farelo somaram 11,5 milhões de toneladas entre janeiro e junho, um leve avanço sobre o mesmo período do ano passado. Os portos de Santos, Paranaguá, Rio Grande e Salvador concentraram os embarques, com destaque para cargas originadas em Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás.

Boletim detalha dinâmica logística do agro

O Boletim Logístico da Conab apresenta mensalmente uma análise das principais rotas, volumes transportados, preços de frete e desempenho das exportações de grãos. A publicação de julho contempla dados de dez estados produtores e está disponível para acesso público no site da Companhia. A expectativa é de que os próximos meses mantenham a pressão sobre o transporte rodoviário, com a necessidade de escoar os volumes atuais e os previstos para a próxima safra.

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