O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) manteve inalterados os números do balanço americano de soja para a safra 2025/26, preservando as estimativas de produção, exportações e estoques finais. A decisão ocorre mesmo diante de dados semanais de exportação que indicam a possibilidade de embarques abaixo do volume projetado pelo órgão.
No cenário global, o USDA elevou a projeção de estoques mundiais de soja para 2025/26, agora estimados em 122,4 milhões de toneladas. O volume representa aumento em relação ao relatório anterior, embora ainda fique abaixo do registrado na safra passada.
Foto: Gilson Abreu/AEN
Na América do Sul, a Argentina anunciou a redução permanente das alíquotas de exportação para grãos e derivados. A taxa da soja foi reduzida de 26% para 24%, enquanto a dos subprodutos caiu de 24,5% para 22,5%. A medida busca aliviar a carga tributária do setor agropecuário e estimular as vendas dos produtores, em um momento de forte retração da receita cambial. Em novembro, a entrada de dólares com exportações somou US$ 759,7 milhões, queda de 62% em relação ao mesmo período de 2024. A decisão também visa reduzir a incerteza gerada com o fim da redução temporária das retenciones adotada no início do ano.
No Brasil, apesar das chuvas irregulares e dos atrasos no plantio em algumas regiões, o desenvolvimento das lavouras segue, de forma geral, dentro de um quadro positivo. O mês de dezembro será decisivo para a consolidação do potencial produtivo em diversas áreas. Caso se confirmem as projeções climáticas para os próximos meses, a safra brasileira poderá alcançar um novo recorde, com produção estimada em torno de 178 milhões de toneladas.
Para o ciclo 2025/26, a expectativa é de crescimento tanto da demanda interna quanto da externa, projetadas em 64,2 milhões e 112 milhões de toneladas, respectivamente. Ainda assim, mesmo com o avanço do consumo, os estoques brasileiros devem voltar a crescer ao final da temporada.