Santa Catarina espera colher a melhor safra de milho dos últimos quatro anos

Com o aumento de 25% na produtividade média do milho para a primeira safra (2024/25), Santa Catarina tem a expectativa de colher mais de 2,2 milhões de toneladas do grão, mais de 300 mil toneladas que ano passado. As condições climáticas, com chuvas regulares até dezembro de 2024, foram favoráveis ao desenvolvimento das plantas e expressão do potencial produtivo, apesar da área de cultivo ter diminuído 11,3% em comparação com a safra passada.  Este é o melhor desempenho das lavouras nos últimos quatro anos.

Os dados estão no Boletim Agropecuário de janeiro, que pode ser acessado no site do Observatório Agro Catarinense, da Epagri e da Secretaria de Agricultura e Pecuária (SAR). Este documento é uma publicação mensal da Epagri/Cepa que apresenta os dados atualizados do acompanhamento das safras e do mercado dos principais produtos agropecuários catarinenses. Confira mais detalhes.

Trigo

Foto: Gilson Abreu

No mês de dezembro, o preço médio recebido pelos produtores catarinenses de trigo sofreu nova redução: variação negativa de 1,71%. Na variação anual, em termos reais, os números ainda são positivos, com uma alta de 5,51%. De acordo com o monitoramento da safra de trigo realizado pelo Epagri/Cepa, no mês de dezembro, a área plantada estimada é de pouco mais de 123 mil hectares, redução de 10% em relação à safra passada.

Até o momento, a expectativa é que a produção estadual deverá crescer 38%, chegando a 426 mil toneladas. Nessa safra, houve uma boa recuperação na produtividade média estadual, que está em 3.452kg/ha, contra 2.237kg/ha, obtidos na safra 2023, portanto, um incremento de 54%.

Milho

O ano de 2024 foi marcado por preços pressionados e inferiores aos praticados nos anos anteriores . O preço mais alto foi em novembro ultrapassando a casa dos R$69,00/sc de 60 kg, e o preço mais baixo foi o de fevereiro, atingindo pouco mais de R$69,00/sc. Em dezembro, o preço médio mensal pago ao produtor em Santa Catarina apresentou queda nas cotações, de 1,79% em relação ao mês anterior. Nos primeiros 20 dias de janeiro de 2025 a cotação média estadual manteve um indicativo de retração dos preços, embora pequena. Os preços internos no Brasil divergem do mercado internacional em janeiro, que indica preços futuros em elevação.

Soja

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O ano de 2024 foi marcado por preços pressionados, sendo o menor dos últimos cinco anos. O preço mais alto foi em junho, ultrapassando a casa dos R$135,00/sc de 60 kg, e o preço mais baixo foi o de fevereiro, atingindo pouco mais de R$117,00/sc..No mês de dezembro de 2024, as cotações da soja no mercado catarinense apresentaram queda de 1,8% em relação ao mês anterior. Nos 20 primeiros dias do mês de janeiro 2025 o movimento de baixa continua, influenciado pela boa perspectiva da produção na atual safra do Brasil e Argentina, além de outros fatores, como a estimativa da produção mundial e expectativas em torno das relações EUA e China.

Na safra atual, os levantamentos realizados pela Epagri/Cepa apontam para um aumento de 2,09% da área plantada, alcançando 768,6 mil hectares na primeira safra. A produtividade média esperada deverá ter um incremento de 9,32%, chegando a 3.771kg/ha. Com isso, espera-se um aumento de 12,2% na produção e no volume colhido de aproximadamente 2,91 milhões de toneladas de soja na 1ª safra.

Bovinos

Os preços do boi gordo encerraram o ano de 2024 com predominância de altas, não obstante a desaceleração desse movimento em dezembro. Em Santa Catarina, o preço médio estadual do boi gordo fechou o ano em aproximadamente R$323,00, alta de 28% na comparação com o valor de dezembro de 2023 (corrigido pelo IGP-DI).

De acordo com os dados preliminares da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), em 2024 foram produzidos e abatidos nos frigoríficos do estado um total de 685,1 mil cabeças, alta de 11,5% em relação à produção de 2023.

Frangos

Santa Catarina exportou 1,17 milhão de toneladas de carne de frango em 2024 – alta de 5,7% em relação às exportações do ano anterior. As receitas foram de US$ 2,29 bilhões – alta de 0,2% em relação às do ano anterior. Em termos de receitas, no ano passado o estado registrou o melhor resultado de toda a série histórica. O montante exportado em 2024, por sua vez, é o terceiro melhor já registrado, somente menor dos embarques realizados em 2019 e 2018.

Santa Catarina foi responsável por 23,5% das receitas geradas pelas exportações brasileiras de carne de frango em 2024.

De acordo com os dados preliminares da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), em 2024, o estado produziu um total de 881,1 milhões de frangos, crescimento de 1,2% em relação à produção de 2023.

Suínos

Foto: Nelson Mores

Santa Catarina exportou 719,4 mil toneladas de carne suína em 2024, alta de 9,3% em relação ao ano anterior. As receitas foram de US$ 1,70 bilhão, crescimento de 8,0% na comparação com as de 2023. Estes são os melhores resultados registrados desde o início da série histórica.

Santa Catarina foi responsável por 55,0% da quantidade e 56,7% das receitas das exportações brasileiras de carne suína em 2024.

De acordo como os dados preliminares da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), em 2023 foram produzidos e destinados ao abate um total de 17,85 milhões de suínos, queda de 0,6% em relação à produção de 2023.

Leite

Segundo os dados dos levantamentos da Epagri/Cepa, o preço médio aos produtores catarinenses de 2024 foi de R$2,60/litro, maior não apenas do que o preço de 2023, como de toda série histórica. Além disso, o ano de 2025 começa com preços aos produtores sensivelmente melhores do que o do início de 2024.

Foto: Divulgação/ABCZ

Pelas projeções da Epagri/Cepa, a quantidade de leite adquirida será 1,6% maior do que a de 2023 e 4,5% maior do que a de 2022, o que sinaliza positivamente para a produção de 2025 e ilustra a competitividade de boa parte do setor leiteiro nacional, que, mesmo num quadro de elevadas importações, conseguiu recuperar parte da produção perdida de 2020 para 2022.

De 2023 para 2024, as importações brasileiras apresentaram um comportamento pouco comum: decresceram em quilos de lácteos e dólares e aumentaram em litros de leite equivalente. As exportações cresceram significativamente, em quilos de lácteos, dólares e litros de leite. Com o crescimento em litros de leite, as importações representaram 8,4% da oferta total de leite inspecionado no Brasil. Essa participação é recorde dos anos recentes, mas ainda longe dos anos de 1990, quando a dependência nacional de leite importado era mais significativa que atualmente. O recorde foi em 1999, quando representaram 15,7% da oferta total.

Leia a íntegra do Boletim Agropecuário de janeiro, clicando aqui.

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