Em sua primeira estimativa para a safra 2025/26 de trigo no Brasil, a StoneX prevê um incremento de produção de 17,3% se comparada à temporada anterior, para 8,975 milhões de toneladas.
Os números iniciais apontam para uma redução da área plantada no país. A motivação por trás das escolhas dos agricultores de plantarem menos trigo para este ciclo se relaciona, principalmente, às preocupações climáticas, dificuldade de acesso a crédito e, ainda, frustrações nas safras anteriores, em que os incentivos de preços mais elevados, em comparação com o mesmo período do ano anterior, não foram suficientes para amenizar a insatisfação dos produtores. No agregado, espera-se que a área nacional apresente redução em torno de 5%, puxada por quedas em regiões produtoras do Rio Grande do Sul e Paraná.
Já Santa Catarina, Minas Gerais e Goiás podem registrar algum crescimento da área, amenizando parcialmente as perdas em outros estados. Pode ocorrer, ainda, uma recuperação da produtividade, após um ciclo de quebras ocasionadas por período de seca prolongada, chuvas e geadas atingindo a região sul em 2024.
Em relação ao balanço de oferta e demanda nacional, estima-se que, caso seja confirmado o aumento na produção brasileira, a necessidade de importação deve sofrer grande redução, estabelecendo-se abaixo das 6 milhões de toneladas.
Do lado da moagem, a virada do ano trouxe consigo um ritmo lento para as atividades, devendo permanecer desta forma ao longo de todo o primeiro trimestre. Este movimento pode se refletir em alguma ociosidade da indústria, de modo que as projeções apontam para uma menor necessidade de aquisição de trigo ao longo do ciclo, com uma queda em torno de 1,5% em relação ao ano anterior.
Quanto às exportações, as perspectivas de um crescimento na produção do país podem impactar, também, em um crescimento das remessas ao exterior. No Rio Grande do Sul, o terminal que teve suas atividades afetadas pelas enchentes que atingiram o estado em maio de 2024 deve retomar os trabalhos em breve, ampliando ainda mais a capacidade exportadora do estado. Por outro lado, as perspectivas para o câmbio são mais altistas do que baixistas, cenário que favorece a competitividade do trigo brasileiro no mercado internacional.