Os preços da soja seguem caminhando de lado na Bolsa de Chicago nesta terça-feira (5), com o mercado ainda sofrendo pela falta de notícias novas que pudessem movimentar as cotações de forma mais intensa. Apesar disso, no Brasil, o mercado segue descolado e registrando ainda valorizações e oferecendo boas janelas de comercialização ao produtor, principalmente para a soja disponível.
Assim, descolados, os preços se comportam de forma mais regionalizada, apoiados principalmente pelos prêmios.
“O mercado segue dando condições, melhorou os níveis hoje em relação aos últimos dias e estamos muito próximos dos melhores momentos do ano novamente. O mercado de balcão subiu de novo e por causa dos prêmios. Tudo é por causa dos prêmios, porque o dólar também está morno. Os prêmios estão no melhor momento do ano, com o comprador pedindo entre 190 a 200 pontos no setembro a outubro, o que dá cerca de US$ 5,00 a mais por saca em relação à posição de Chicago”, explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
E assim, nos portos, os preços para outubro chegaram a testar os R$ 145,00 para outubro, R$ 147,00 por saca com o prazo um pouco mais alongado e, “automaticamente o mercado segue com negócios”, explica. Brandalizze complementa dizendo que, neste cenário, a semana entre esta segunda (4) e terça-feira (5) conta com quase um milhão de toneladas de soja comercializadas.
O IMEA (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) informou, nesta terça-feira, que o valor da soja 2024/25 no estado registrou um ganho de 2,11% na última semana, com média mensal alcançando uma média semanal de R$ 116,22 por saca. Não só no Mato Grosso, mas outros estados também têm registrado comportamentos semelhantes.
Os indicativos no mercado físico variam de R$ 112,00 – como é o caso de Campo Novo do Parecis/MT – a R$ 131,00 por saca, registrado em Castro, no Paraná. E este comportamento mais regionalizado deverá se tornar cada vez mais latente, principalmente com as indústrias processadoras e as exportações agora, ambas, buscando soja.
“Onde estão estas indústrias é importante acompanhar qual é o programa de compras, de esmagamento delas. E vimos que, com as margens das indústrias não estando tão favoráveis, as indústrias também estão comprando da mão para a boca, e com isso temos que entender também como tem se dado a liquidação por parte delas. Então, vemos que onde a indústria está, realmente, comprando mais da mão para a boca, ela esátá pagando mais um pouco mais e isso melhora os preços. Onde não há indústria e o mercado está totalmente dependente da exportação, isso pode estar trazendo R$ 3,00, R$ 4,00 por saca abaixo do mercado físico, como exemplo, o norte do Mato Grosso do Sul”, explica o consultor de mercado Victor Cazzo, da Venda Na Hora Certa.
Assim, Cazzo explica que é preciso, portanto, entender quais são as oportunidades e as margens que tanto a demanda interna, quanto a externa oferecem para que sejam capturadas e evitar segurar esta soja por mais tempo do que o necessário, gastando mais no carrego e podendo se deparar com preços mais baixos a frente.