Embora a Argentina carregue um enorme potencial agropecuário – por vocação, inclusive, tal qual acontece com o Brasil -, esse potencial não consegue se expandir e dar mais oportunidades ao produtor ou tornar o país ainda mais competitivo no mercado internacional. Os registros do Crop Tour Notícias Agrícolas e Grupo Labhoro dos últimos anos trazem este retrato de forma bastante fiel quando o assunto é a soja, principalmente.
A nova edição do tour – que acontece entre os dias 16 e 22 de fevereiro – chega às principais regiões produtoras da nação sul-americano diante de uma produção que, até este momento, está estimada em 49 milhões de toneladas de soja pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires.
Na safra 2016/17, o crop tour já era concluído com a estimativa de uma colheita da oleaginosa entre 55 e 56 milhões de toneladas.
Relembre:
O número da safra atual, porém, vem se distanciando das projeções iniciais de mais de 50 milhões com o país sofrendo, mais uma vez, com adversidades climáticas consideráveis. O calor intenso e a falta de chuvas em áreas determinantes de produção da Argentina vem reduzindo, dia a dia, o potencial de produtividade das lavouras não só de soja, mas também de milho.
Não bastasse o cenário desfavorável de condições que o produtor não pode controlar, o agronegócio da Argentina sofre ainda com as famigeradas retenciones. Embora reduzidas pelo governo neste início de semana, a tarifação ainda mantém as margens do produtor muito ajustadas e, em alguns casos, levando-os até um prejuízo com a comercialização dos grãos.
Assim, expandir a produção da Argentina parece “impossível” até aqui. “Esse é mais um ano de muito desafio, a Argentina está tendo problemas com a sua produção por conta de chuvas abaixo do normal, o que faz com que as safras de soja e milho venham caindo, mas essa melhora que a baixa das retenciones traz é bem vinda”, explica o diretor da consultoria argentina Globaltecnos, Sebastian Gavalda, em entrevista ao Bom Dia Agronegócio.
E é isso que o time do crop tour vai conferir, in loco, visitando as principais regiões produtoras de grãos argentinas. Serão percorridos quase três mil quilômetros, passando por províncias-chave como Buenos Aires, Rosário, Santa Fé e Córdoba, entre outras. “É uma viagem que sempre gera muitas expectativas. É um programa intenso de trabalho”, afirma o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.
Ainda segundo ele, que é pioneiro em tours de safra realizados com produtores rurais brasileiros em países como Argentina e Estados Unidos, as visitas começarão com um foco bastante forte sobre as condições das reservas hídricas na Argentina, uma vez que o país mais uma vez vive os efeitos severos de uma nova onda de calor.
“Calor prolongado, acompanhado de precipitações de intensidade variável, que trarão contribuições apenas pontuais a grande parte da área agrícola, deixando algumas áreas sem qualquer alívio, mas promovendo uma tímida baixa das temperaturas”, informou a Bolsa de Cereais de Buenos Aires em seu panorama semanal sobre o clima. Ainda segundo a instituição, janeiro se finaliza com muitas áreas produtoras tendo sofrido com essa ausência de chuvas e o calor intenso, causando em alguns pontos danos já irreversíveis.
Dessa forma, o objetivo é, como afirma Sousa, “mostrar a realidade da safra argentina. E isso vai ter um peso porque a Argentina tem uma força expressiva e pode reduzir substancialmente a safra da América do Sul. É isso que poderemos mostrar”.
O diretor da Labhoro diz ainda que o objetivo é que a equipe seja formada por pessoas que conheçam o campo, o comportamento das plantas, do solo, e que esteja buscando esta troca importante de informações. Então, aproveite porque ainda dá tempo de se inscrever e é bastante simples! Entre em contato com Dani Molinari para ser um dos participantes do Crop Tour Argentina 2025 pelo número: (41) 9 9652-1424 para mais detalhes e informações.