Com regiões afetadas pela seca, Paraná deve ter reduzida a produtividade da soja

O Rally da Safra retorna ao Paraná a partir de terça-feira (11), quando a equipe técnica chega à região de Cascavel, no Oeste do estado, para participar, entre quarta (12) e quinta-feira (13), da programação da Show Rural Coopavel. Os trabalhos de campo seguem nas regiões de Foz do Iguaçu, Laranjeiras do Sul, Pato Branco, Guarapuava, Campo Mourão, Maringá, entre outras, e finalizam em Londrina, no dia 21. Já nos dias 25 e 26, técnicos irão percorrer lavouras de soja na região de Ponta Grossa.

A primeira equipe do Rally começou os trabalhos no Oeste paranaense em 12 de janeiro, saindo de Maringá para avaliar lavouras nas regiões de Campo Mourão, Goioerê, Palotina, Toledo e Cascavel, entre outras, chegando até Foz do Iguaçu. As condições climáticas permitiram que o plantio na região ganhasse ritmo rapidamente, favorecendo o calendário de implantação da segunda safra. No entanto, tanto o Oeste como o Norte do estado enfrentam mais de 20 dias de clima seco e quente e chuvas irregulares que reduziram o potencial de parte das áreas, principalmente as que estavam na fase final de enchimento de grãos. Nas demais regiões, as chuvas foram mais regulares favorecendo as lavouras em fase final de desenvolvimento e início do enchimento de grãos.

Diante desse quadro, o Paraná pode não atingir a produtividade estimada pré-Rally, de 63 sacas por hectare (56,1 em 2023/24). “O clima será decisivo para ajustarmos essa estimativa. E é essencial estar no campo para observar as condições das lavouras e fazer as medições dos indicadores, que são os diferenciais do Rally, contando vagens e grãos e verificando o peso dos grãos, entre outros dados avaliados. Vamos agora percorrer as regiões mais tardias para verificar se conseguirão compensar as perdas ocorridas nas lavouras mais precoces no Norte e Oeste do estado”, explica Valmir Assarice, coordenador técnico da expedição.

Entre os dias 23 e 24, os técnicos irão avaliar também a soja nas regiões de Ourinhos e Itapeva, no estado de São Paulo. “Quanto mais próximo das divisas do Paraná e Mato Grosso do Sul, pior o cenário para a soja paulista”, diz Assarice. Nas regiões mais tradicionais de São Paulo, as lavouras apresentam ótimo potencial produtivo, compensando as áreas afetadas pelo clima irregular ao longo de dezembro e início de janeiro.

Produção nacional deve ultrapassar 172 milhões de toneladas

Apesar das margens ainda apertadas, com queda de preços e alto custo de capital, se mantido o panorama atual desenhado pelo aumento de área, clima favorável no início do ciclo e boas condições de plantio nas regiões Centro-Oeste e Norte/Nordeste, a perspectiva é de uma safra brasileira histórica. A Agroconsult estima uma produção de 172,4 milhões de toneladas em 47,5 milhões de hectares. O volume é 10,9% maior que a 2023/24 e 6,2% superior ao recorde de 2022/23.

Foto: Eduardo Monteiro

Mas os produtores têm mais preocupações a serem consideradas. “Estamos diante de uma safra grande e que será colhida com bastante umidade – principalmente no Mato Grosso e Goiás – o que irá pressionar a infraestrutura de armazenagem e secagem, podendo gerar descontos na entrega do produto. A alta umidade traz também preocupação em relação à podridão de vagens, maior pressão de doenças e alongamento do ciclo da soja – o que já está acontecendo e deve empurrar o plantio do milho para mais tarde”, esclarece André Debastiani, coordenador do Rally.

Além do Oeste do Paraná, o Rally já esteve na região da BR 163 (Médio-Norte do Mato Grosso), no Oeste e Sudeste do Mato Grosso e Sudoeste de Goiás. A 22ª edição do Rally da Safra é patrocinada pelo Banco Santander, OCP Brasil, BASF, Credenz® e SoyTech™ (marcas de sementes da BASF), xarvio® (plataforma digital oficial do Rally), BIOTROP, JDT Seguros e TIM Brasil.

Migração do milho verão para soja

Apesar das margens ainda apertadas, a área plantada de soja deve crescer cerca de 700 mil hectares ou 1,5% em relação à safra passada. A maior parte desse crescimento deve ocorrer em função da migração de área de milho verão para a soja, que possui custos de produção mais baixos. “A expansão está abaixo da média dos últimos 10 anos e reflete o momento de dificuldade do setor. Ainda assim contribui para aumentar a oferta dessa safra de soja”, diz André Debastiani, coordenador do Rally da Safra.

Os técnicos irão percorrer mais de 80 mil km por 12 estados (MT, GO, MG, MS, PR, SC, SP, RS, MA, PI, TO e BA), que respondem por 95% da área de produção de soja e 72% da área de milho, para avaliar as condições das áreas de soja durante as fases de desenvolvimento das lavouras e de colheita até 22 de março. Outras seis equipes avaliarão as lavouras de milho segunda safra em maio e junho.  Técnicos da Agroconsult e das empresas patrocinadoras visitarão produtores rurais nas regiões Sudeste do MT, Sudoeste de GO, Planalto do RS e Oeste do PR, entre abril e maio. No mesmo período serão realizados eventos técnicos em Luís Eduardo Magalhães (BA), Não-Me-Toque (RS), Rio Verde (GO), e Maringá (PR).

Nesta edição, o Rally estará presente ainda nos principais eventos do agronegócio: Show Rural, em Cascavel (PR); ExpoDireto, em Não-Me-Toque (RS);Bahia Farm Show, em Lucas do Rio Verde (MT), e Tecnoshow Comigo, em Rio Verde (GO).

O trabalho das equipes e o roteiro completo da expedição poderão ser acompanhados pelo Rally da Safra, acesse aqui.

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