A Copasul deve iniciar as obras de implantação da Indústria de Processamento de Soja até abril. Esse será o maior empreendimento da história da cooperativa, que atualmente conta com 13 unidades de silos, 2 indústrias, TRR, centro de distribuição de insumos e unidades administrativas. “A implantação da Indústria de Processamento de Soja já iniciou há algum tempo, com projeto, financiamentos. Neste momento já temos confirmados os pedidos de mais de 50% das contratações das estruturas com mais de R$ 500 milhões destinados. Com isso, temos datas para que os primeiros movimentos aconteçam no terreno, como a terraplanagem que está prevista para o mês abril, o mais tardar”, menciona o presidente executivo da Copasul, Adroaldo Taguti, acrescentando: “Acredito que essa obra vai ter impactos para a cidade e é bom estarmos alinhados. Quanto mais planejado for, a cidade só tem a ganhar”, destacou, lembrando que os primeiros estudos para implantação da indústria aconteceram em 2014.

Presidente executivo da Copasul, Adroaldo Taguti: “Acredito que essa obra vai ter impactos para a cidade e é bom estarmos alinhados. Quanto mais planejado for, a cidade só tem a ganhar”
Taguti explicou ainda as fases do projeto. “Estruturamos o projeto em duas etapas. Primeiro a adequação da capacidade estática para recebimento de grãos da cooperativa. Fizemos um investimento de R$ 400 milhões para adequar esta capacidade que agora temos 15,7 milhões de sacas de capacidade divididas entre as 13 unidades em 9 municípios. Agora, partimos para este empreendimento”, afirmou.
O presidente da Copasul destacou que a tecnologia para a indústria é o que tem de mais moderno no mundo. Todas as versões mais atualizadas dos equipamentos de automação e do processamento serão aplicados pelas empresas contratadas, refletindo uma posição estratégica da Copasul que sempre esteve alinhada com as tendências tanto para silos, Fiação, Fecularia, quanto para os demais processos dentro da cooperativa.
O presidente do Conselho de Administração, Gervasio Kamitani, reforçou que a indústria demandará uma quantidade de soja semelhante à capacidade estática da Copasul. “Todos que acompanham a Copasul têm visto os empreendimentos que a cooperativa faz na cidade de Naviraí, muito por ser aqui a sede. Mas, a exemplo da inauguração desta semana, o silos em Maracaju, todo o investimento em armazenagem de grãos que foi feito recentemente é voltado para esta indústria, ou seja, a soja virá não só de Naviraí, mas de toda uma rede de recebimento”, disse.
Números da indústria
A Unidade de Processamento de Soja da Copasul ficará localizada no terreno ao lado da Fecularia da cooperativa às margens da Rodovia BR 163, Km 142,5, em Naviraí, Mato Grosso do Sul. São 115 hectares de propriedade da cooperativa. A Unidade vai gerar 150 empregos diretos e processar 1 milhão de toneladas do grão por ano. Quando estiver em operação, a fábrica deve adicionar perto de R$ 3 bilhões à receita anual da cooperativa.
Em âmbito estadual, o projeto entra em consonância com a visão do Governo de Mato Grosso do Sul de incentivar a agroindustrialização e agregar valor às commodities locais, além de ser um empreendimento de grandes proporções para a economia regional.
A indústria terá capacidade para processar 3 mil toneladas de soja por dia, o equivalente a 50 mil sacas diárias, totalizando 16,5 milhões de sacas ao ano. A área construída será de 55 mil metros quadrados, contando com estruturas essenciais para a operação, incluindo prédios de preparação e remoção de óleo e farelo, com capacidade de 3 mil toneladas por dia; armazém para 150 mil toneladas de soja; capacidade de armazenamento de 70 mil toneladas de farelo; tanques para 10 mil toneladas de óleo degomado bruto; depósito para 3.624 toneladas de casca; e uma caldeira de 50 toneladas por hora para geração de vapor saturado a 15 bar. “A indústria terá capacidade para processar cerca de um milhão de toneladas/ano, transformando o grão em 742,5 mil toneladas de farelo de soja, 188 mil toneladas de óleo degomado bruto e 25 mil toneladas de casca peletizada. Entre os principais destinos para os produtos estão a fabricação de biodiesel, de rações e refino de óleo, além do mercado de exportações”, aponta o presidente da cooperativa.
A indústria consumirá 39.240 Mwh/ano e 134.640 toneladas/ano (550 ha de eucalipto/ano) de cavaco. A unidade representará um aumento de 20% da capacidade de processamento de soja pelo Mato Grosso do Sul, que vai saltar das atuais 14,5 mil toneladas para 17,5 mil toneladas diárias.
As estruturas de apoio contarão com estacionamento para caminhões, escritório, refeitório, vestiários, laboratório, oficinas de manutenção, pátio de biomassa, balanças rodoviárias, embarque de farelo e óleo, estação de tratamento de efluentes e subestação de entrada em alta-tensão.
A Unidade Industrial de Processamento de Soja deverá gerar 1,5 mil empregos durante a implantação do projeto, entre diretos e indiretos. Após a conclusão, contará com 150 empregos diretos e cerca de 1.897 indiretos, conforme estimativa da Aprosoja, que calcula 12,65 empregos indiretos para cada direto na cadeia da soja. A geração de renda, em salários, será de aproximadamente R$ 4,2 milhões por ano. Além disso, o empreendimento deverá adicionar cerca de R$ 3 bilhões ao PIB de Mato Grosso do Sul e contribuir com a arrecadação de R$ 220 milhões em ICMS, R$ 63 milhões em PIS/Cofins e R$ 12 milhões em IR e CSLL .