A semeadura da soja 2025/26 avançou em ritmo mais lento em diversas regiões produtoras do país, refletindo a irregularidade das chuvas entre setembro e outubro, aponta o Agro Mensal do Itaú BBA. Em estados como Mato Grosso, Goiás, Maranhão, Minas Gerais e Tocantins, produtores enfrentaram interrupções no campo e até necessidade de replantio em áreas pontuais, elevando custos e aumentando a preocupação com o calendário da safra e sua influência sobre a janela da segunda safra de milho.
No cenário internacional, os preços da soja na Bolsa de Chicago subiram ao longo de outubro, influenciados por fatores como o avanço lento do plantio no Brasil, mas principalmente diante da sinalização do acordo comercial entre Estados Unidos e China. Entretanto, no mercado brasileiro, a alta externa foi compensada pela queda dos prêmios da safra 2025/26, que recuaram quase na mesma proporção e mantiveram a paridade de exportação no Mato Grosso próxima de R$ 105/saca para março/2026. Já no mercado spot, as cotações caíram em outubro e seguem em leve retração em novembro, com a saca negociada ao redor de R$ 119 em Sorriso, queda de cerca de 1% no mês.
Globalmente, o United States Department of Agriculture (USDA) revisou para baixo a estimativa de produção de soja para a safra 2025/26, de 426 para 422 milhões de toneladas, diante da menor safra americana e de outros países. No Brasil, mesmo com os atrasos, a projeção nacional permanece indicando produção próxima de 178 milhões de toneladas, sustentada por crescimento da área plantada e produtividades próximas da tendência.
Segundo a Consultoria Agro do Itaú BBA, a regularização mais consistente das chuvas ao longo de novembro será determinante para estabilizar o ritmo da safra, reduzir riscos produtivos e diminuir o impacto sobre o calendário da safrinha.