A decisão dos Estados Unidos de elevar as metas de mistura de biocombustíveis para os anos de 2025, 2026 e 2027, com volumes acima das expectativas do mercado, teve efeito positivo sobre os preços do óleo de soja. Além do aumento na mistura, o país também anunciou a intenção de reduzir pela metade a participação de matérias-primas importadas — como óleo de cozinha usado da China e sebo do Brasil — no processo de produção. A medida tende a aumentar a demanda doméstica americana por óleo de soja, o que pode beneficiar o esmagamento e sustentar os preços do grão no cenário internacional.
O relatório de junho do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) manteve um quadro global estável, com crescimento no estoque final. No entanto, para os EUA, projeta-se uma redução relevante dos estoques em 2025/26, o que deixa o balanço mais apertado e reduz a margem para perdas na safra. A produtividade estimada pelo USDA segue otimista, em 3,5 toneladas por hectare (58,8 sacas/ha), mas as condições atuais das lavouras estão abaixo do observado no mesmo período do ano passado. Qualquer revisão negativa nas projeções de produção pode impactar os preços.
Apesar da alta internacional registrada em Chicago, o mercado interno brasileiro registrou queda nos preços da soja em maio, influenciado pela valorização do real e pela redução dos prêmios. Em Paranaguá (PR), a cotação recuou 1,4% no mês, para R$ 133 por saca. Já na primeira quinzena de junho, o movimento foi de recuperação, com a alta em Chicago e a valorização dos prêmios contribuindo para um avanço de 1% no porto, para R$ 134 por saca.