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RTRS moderniza governança e processos para fortalecer soja responsável

Desde que assumiu a direção executiva Global da Mesa da Soja Responsável (sigla em inglês – RTRS) em janeiro de 2024, Luiza Bruscato implementou um programa de modernização da governança interna, alinhado às exigências internacionais de transparência e à busca por maior eficiência operacional. O processo começou com um diagnóstico completo da organização, envolvendo segurança da informação, tecnologia, adoção de novas ferramentas, cruzamento de dados e inteligência de negócios.

Com base nesse levantamento, uma consultoria especializada foi contratada para redesenhar fluxos e responsabilidades, criar processos e reorganizar departamentos, resultando em um novo design organizacional mais ágil e funcional. “Fizemos esse trabalho de forma colaborativa, junto aos funcionários, redesenhando processos, definindo papéis e integrando tudo em uma ferramenta de gestão organizacional”, explica Luiza.

Foto: Gilson Abreu

Entre as principais mudanças está a migração para sistemas mais robustos e seguros, como a plataforma Microsoft, que além de oferecer maior proteção e integração das informações, gerou economia significativa por se tratar de uma solução gratuita para organizações sem fins lucrativos. A reformulação incluiu ainda a criação de backups, modernização da comunicação interna e otimização de fluxos de trabalho.

Outro destaque é a implantação do Single Sign-On (Sistema Único de Entrada), que permite os clientes e parceiros acessarem múltiplas ferramentas da RTRS com um único login. Essa integração inclui também a emissão de faturas e boletos, gerando uma redução estimada de mais de 30 mil euros em custos anuais, além de ganhos expressivos em tempo e produtividade da equipe.

Segundo Luiza, essas mudanças representam avanços técnicos e consolidam a RTRS como uma organização mais transparente, moderna e alinhada aos padrões globais de governança. “Estamos criando uma base sólida para que a RTRS atue de forma ainda mais eficiente, segura e integrada, fortalecendo a nossa missão de promover uma soja responsável no mundo todo”, realça.

Tecnologia, descentralização e participação ativa dos membros

A diretora-executiva Global da RTRS vem conduzindo uma transformação significativa na forma como a organização coleta, processa e compartilha informações, além de inovar na governança interna para garantir maior transparência e participação de todos os elos da cadeia da soja responsável.

Entre as mudanças implementadas está a digitalização e a automação dos processos de gestão de dados, com a adoção de soluções como o Power BI, que permite coletar e transformar dados automaticamente, reduzindo erros humanos e limitando o acesso a informações confidenciais apenas a quem realmente precisa. “Hoje, os dados já chegam tabulados e consolidados para análise, dando mais autonomia ao time, acelerando a tomada de decisão e permitindo conclusões mais sólidas sobre o caminho da certificação”, pontua Luiza.

Diretora-executiva Global da RTRS, Luiza Bruscato: “Nem sempre o conselho diretivo tem o conhecimento técnico específico necessário para discutir determinados temas” – Foto: Divulgação/RTRS

No campo da governança, Luiza introduziu um modelo de descentralização das decisões técnicas por meio da criação de Task Forces Regionais – Europa, Latam e Brasil. Esses grupos têm autonomia para escolher temas, aprofundar debates com especialistas e propor posicionamentos sobre assuntos estratégicos, como carbono, saúde do solo, agricultura regenerativa ou legislações internacionais. “Nem sempre o conselho diretivo tem o conhecimento técnico específico necessário para discutir determinados temas. As Task Forces trazem especialistas e membros do setor para construir posições sólidas, enquanto o conselho foca na estratégia geral da organização”, salienta Luiza.

De acordo com a executiva, essa nova estrutura aumentou significativamente a interação com os membros. Na prática, cada Task Force realiza três reuniões anuais, somando nove encontros ao longo do ano, além da conferência anual, assembleia e reuniões de conselho. O resultado é mais espaço para voz dos membros, mais equilíbrio de perspectivas e decisões mais participativas. “Estamos criando um ambiente no qual a tecnologia, a descentralização e a colaboração caminham juntas para fortalecer a credibilidade da RTRS e oferecer mais valor aos nossos membros”, destaca Luiza.

Próximos passos: governança e padronização global

Para sustentar a expansão da RTRS, a organização está avançando nas questões de governança da informação e dos documentos técnicos. Atualmente, são mais de 50 documentos que orientam a certificação e a prioridade é garantir que estejam atualizados, claros e em conformidade com a legislação vigente.

Segundo Luiza, um dos focos é a redução das diferentes interpretações que ainda ocorrem durante auditorias. Para isso, a RTRS está desenvolvendo programas de treinamento específicos para auditores, tanto da cadeia de custódia quanto da produção, assegurando mais precisão e consistência na certificação.

Outro eixo do trabalho é a organização e a sistematização das decisões institucionais tomadas nos últimos seis anos. Essas deliberações, conta Luiza, muitas vezes registradas apenas em comunicações internas, estão sendo formalizadas em políticas oficiais, como código de conduta, termos e condições de uso da plataforma ou normas de conflito de interesse.

Além disso, os documentos estão passando por uma revisão estrutural para se tornarem mais ágeis, objetivos e de fácil compreensão, reduzindo margens de interpretação e fortalecendo a credibilidade da certificação RTRS. “Esse processo de governança, previsto para ser concluído até o final do ano, é considerado fundamental para consolidar a RTRS como referência global em sustentabilidade e governança no setor da soja”, ressalta.

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