A seca persistente na região Sul do Brasil tem elevado risco de quebra da safra de soja aponta monitoramento por satélite da EarthDaily Agro. A baixa incidência de chuvas desde dezembro em estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná já mostra impactos significativos na cultura, segundo análises do índice de crescimento (NDVI) da EarthDaily Agro.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR
Apesar do cenário desafiador na região Sul, os modelos ECMWF e GFS apresentam uma perspectiva otimista para as algumas áreas da zona da soja, apontando para a ocorrência de precipitação acima da média em várias regiões do Brasil nos próximos dias. “Essa condição tem o potencial de beneficiar áreas afetadas pela seca. Já no Mato Grosso, o volume de chuvas inferior à média pode contribuir para as operações de campo (colheita da soja e plantio do milho safrinha)”, comenta Felippe Reis, analista de culturas da EarthDaily Agro.
No estado gaúcho, a umidade do solo diminuiu drasticamente nas últimas semanas, e mesmo com previsão de chuva nos próximos dias, o volume esperado parece insuficiente para recuperar as condições das lavouras. O NDVI apresenta sinais de deterioração, embora em níveis melhores que os dos anos críticos de 2022 e 2023.
Até meados de dezembro, o volume de chuvas em Santa Catarina foi considerado satisfatório. No entanto, a seca ganhou força em janeiro, causando deterioração evidente no NDVI, ainda que este esteja em níveis superiores aos de 2022.
No Paraná, desde o final de dezembro, as lavouras têm apresentado dinâmica negativa no índice de vegetação, indicando uma possível quebra de safra para o ciclo atual.
No Mato Grosso do Sul, o acumulado de precipitação desde 15 de dezembro lembra os anos ruins de 2022 e 2024, ambos marcados por quebras de safra. O NDVI no estado aponta condições piores que as registradas em 2024, quando houve uma perda de 15% da produtividade.
Os estados de Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais apresentam perspectivas otimistas em relação ao potencial produtivo, com o NDVI indicando boa evolução das lavouras.
No Mato Grosso, o NDVI apresenta evolução favorável, superior ao desempenho observado no ciclo de 2023, ano em que a produtividade foi 7% superior à tendência histórica. Com base nos dados mais recentes, estima-se uma produtividade de 3,91 toneladas por hectare, o que, caso confirmado, representará um recorde para o estado.
Outro destaque no cenário produtivo é a Bahia, que projeta produtividade recorde de 4,8 toneladas por hectare, representando aumento de 27% em relação ao ciclo anterior.