Os preços da soja seguem trajetórias distintas entre o mercado internacional e o brasileiro. Em Chicago, o grão acumula a segunda alta consecutiva, impulsionado principalmente pela valorização do óleo de soja. Já no Brasil, o mês de maio foi marcado por recuo nas cotações, reflexo da redução dos prêmios de exportação e da valorização do real frente ao dólar.
Foto: Alvaro Rezende
Segundo o boletim Agro Mensal de junho, divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA, os contratos futuros da soja registraram valorização de 0,5% na Bolsa de Chicago entre os dias 1º e 16 de junho, alcançando US$ 10,51 por bushel. O avanço foi sustentado pelo aumento nos preços do óleo de soja, em resposta à sinalização de que os Estados Unidos poderão ampliar o mandato de uso de biodiesel acima do esperado para os próximos dois anos, o que deve elevar a demanda por derivados da oleaginosa. Além disso, a escalada do conflito entre Israel e Irã fez o petróleo disparar, o que também refletiu na valorização do óleo de soja.
Apesar do cenário positivo no exterior, as cotações internas recuaram em maio. No porto de Paranaguá, a soja caiu 1,4%, fechando o mês a R$ 133 por saca. O movimento foi influenciado tanto pela desvalorização dos prêmios quanto pela apreciação do real, que reduziu a competitividade do produto brasileiro.
No entanto, a combinação entre nova alta em Chicago e a recuperação dos prêmios de exportação reverteu parcialmente o quadro no início de junho: até a primeira quinzena do mês, os preços subiram 1% no mesmo porto, alcançando R$ 134 por saca.
As exportações de soja em grão do Brasil também apresentaram variação. Em maio, os embarques somaram 14,1 milhões de toneladas, queda de 8% em relação a abril, como já era esperado, devido ao
Foto: Geraldo Bubniak
comportamento sazonal, mas ainda 5% acima do registrado em maio de 2024. Historicamente, os volumes exportados ganham ritmo nos primeiros meses do ano e atingem o pico em abril, passando a desacelerar gradualmente a partir de então.
Mesmo com a retração mensal, o acumulado dos cinco primeiros meses de 2025 aponta para um desempenho recorde. O país exportou 51,5 milhões de toneladas de soja em grão entre janeiro e maio, volume 2,7% superior ao mesmo período do ano passado. O ritmo consistente reforça a expectativa de que o Brasil caminhe para um novo recorde anual nas exportações da oleaginosa.