Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago testaram os dois lados da tabela no pregão desta quarta-feira (27), porém, terminaram o dia em campo negativo, com leves baixas. O mercado sentiu a pressão das perdas mais intensas que registrou o farelo nesta sessão, de mais de 1,5% nos contratos mais negociados, e passou a ceder novamente.
“A soja tentou dar continuidade ao movimento de alta registrado ontem, mas a forte desvalorização nos preços do farelo em Dalian acabaram puxando Chicago para baixo”, afirmam os analistas de mercado da Agrinvest Commodities. “O farelo de soja em Chicago passou por um short squeeze nos últimos dias, diante das paradas antecipadas de algumas fábricas durante a entressafra. Contudo, hoje o derivado passou por uma rodada de realização, após ter atingido sua máxima de três meses no começo da semana”.
Assim, além da pressão do farelo, o mercado em Chicago segue lateralizado também por passar por um momento, mais uma vez, de falta de novidades, conhecendo o potencial da safra americana, ao mesmo tempo em que a China segue ausente das compras nos EUA, sendo este último ainda um fator de pressão sobre as cotações na CBOT.
No Brasil, o destaque continua a ser sobre os prêmios. A soja disponível ainda conta com valores de 160 a 170 cents de dólar acima das cotações de Chicago, garantindo preços nos portos ainda acima dos R$ 140,00 por saca e boas margens aos produtores, que têm aproveitado o momento para seguir avançando com novos negócios. No entanto, para a soja 2025/26, o ritmo da comercialização segue lento e se configura como o mais atrasado em 10 anos no país, como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, Brandalizze Consulting.
Os preços base porto da safra nova são de R$ 5,00 a R$ 8,00 por saca menores do que os do produto 2024/25, o que ajuda a deixar o produtor ainda contido nas vendas. Todavia, são bons preços, é um mercado de oportunidades que deve ser aproveitado pelo produtor, uma vez que o garante estar exposto a menos risco do que está agora.