O mercado de grãos segue em queda nesta terça-feira de Carnaval (04), com o cenário internacional ainda avaliando a efetividade das tarifas prometidas por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, sobre produtos mexicanos e canadenses. As tarifas, que devem entrar em vigor ainda hoje, geram incerteza entre os investidores, resultando em um mercado pressionado, com a soja negociada próxima de US$ 10 por bushel nos principais vencimentos da Bolsa de Chicago.
O contrato março/25, que está em seus últimos dias de negociação, é operado a US$ 9,90 por bushel, um recuo de 8,25 pontos. Já o contrato maio/25 registra queda de 7,25 pontos, sendo cotado a US$ 10,03.
A safra do Brasil, que está em processo de colheita, passa a ser revisada diante de problemas climáticos pelos quais o país passa. A StoneX revisou para baixo sua estimativa de produção de soja para a safra 2024/25, reduzindo a projeção para 168,3 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 1,5% em relação à previsão divulgada no mês anterior. O principal fator para essa revisão foi a redução de 4 milhões de toneladas na produção esperada para o Rio Grande do Sul, reflexo da estiagem e do clima mais seco no início do ano, que prejudicaram o desenvolvimento das lavouras no Estado, onde o ciclo da safra é mais tardio.
De acordo com a AgRural, até a última quinta-feira (27), 50% da área cultivada com soja no Brasil já havia sido colhida, comparado a 39% na semana anterior e 48% no mesmo período do ano passado. Com os trabalhos próximos da conclusão em Mato Grosso e sem grandes dificuldades nos estados de calendário mais antecipado, as atenções se voltam para as regiões onde a colheita ocorre mais tarde, especialmente o Rio Grande do Sul, onde a estiagem e as temperaturas elevadas continuam afetando o potencial produtivo das lavouras.