O mercado global da soja encerrou julho em direções opostas. Enquanto as cotações na Bolsa de Chicago (CBOT) caíram 3,6%, fechando a USD 10,14/bushel, no Brasil os preços subiram, sustentados pelo fortalecimento dos prêmios de exportação, de acordo com dados do Itaú BBA Agro.
O movimento em Chicago foi reflexo das boas condições climáticas nas lavouras dos Estados Unidos, que vêm favorecendo o desenvolvimento da safra, e da ausência de avanços nas negociações comerciais entre Washington e Pequim. Sem demanda chinesa para a soja norte-americana, o ritmo de exportações dos EUA permaneceu lento, ampliando a pressão baixista sobre as cotações.
Mercado interno reage
No Brasil, a situação foi distinta. Em Paranaguá (PR), a saca de 60 kg fechou julho em R$ 137, alta de 1,8%. Em Sorriso (MT), a valorização foi de 2,4%, para R$ 113/saca. A diferença se deve à forte elevação dos prêmios, que chegaram a US$ 1,25/bu em média no porto paranaense, contra apenas US$ 0,42/bu em julho de 2024. Esse movimento não apenas neutralizou o impacto da queda externa, como garantiu ganhos ao produtor brasileiro.
Exportações seguem em ritmo forte
As vendas externas de soja somaram 12,3 milhões de toneladas em julho, queda de 9% frente a junho, mas 9% acima do mesmo mês de 2024. No acumulado de janeiro a julho, os embarques totalizaram 77,2 milhões de toneladas, recorde histórico para o período e 2,4% acima do registrado no ano passado.
A China segue como principal destino da oleaginosa brasileira. Entre janeiro e julho, o país absorveu 75% das exportações, acima da fatia de 73% registrada em 2024. A ausência de compras chinesas da soja americana até o momento explica em parte esse aumento na participação, reforçando o protagonismo do Brasil no fornecimento ao maior consumidor mundial.