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Café: Importações, exportações e produção; confira análises da Hedgepoint

Após uma queda acentuada em 23/24, as importações de café dos EUA aumentaram e estão a caminho de uma recuperação para os níveis médios em 24/25. Os EUA também têm importado mais do Brasil, provavelmente devido ao impacto da menor oferta vietnamita nos últimos anos, segundo análises da Hedgepoint Global Markets.

Para a Analisa de Inteligência de Mercado da Hedgepoint, Laleska Moda, em meio às discussões tarifárias e aos temores em relação à economia do país, pode haver algum impacto sobre a demanda americana, mas, por enquanto, elas estão apresentando resultados mais fortes.

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Importações europeias e asiáticas em queda

As análises da empresa mostram também que, embora os números acumulados da União Europeia, no ciclo 24/25 estejam mostrando um aumento (1,1%) em relação ao ciclo 23/24, 2025 foi marcado por números de importação líquida (importação-exportação) abaixo da média. “Esse movimento pode refletir uma possível desaceleração da demanda ou um deslocamento do consumo, já que o mercado tem sido marcado por maior volatilidade, menor oferta e problemas logísticos”, diz.

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Na Ásia, embora as importações japonesas e chinesas de café tenham diminuído no período acumulado de 24/25, os números dos estoques japoneses atingiram recentemente seus níveis mais baixos, indicando que o país está consumindo seus estoques. Quanto à China, as importações ainda estão muito acima dos níveis médios, com a perspectiva de aumento da demanda.

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Pico da colheita no Brasil

As chuvas acima da média registradas em abril atrasaram a colheita do café nas principais regiões produtoras do Brasil, mas contribuíram positivamente para a recuperação da saúde dos cafezais, especialmente para a temporada 2026/27. A previsão de um clima mais seco nos próximos meses deve acelerar a colheita do ciclo 2025/26, enquanto temperaturas acima da média ajudam a reduzir os riscos de geadas.

Mesmo com relatos de maior peneira e rendimento no processamento, a produção de Arábica ainda deve registrar queda. Em contrapartida, espera-se uma recuperação na safra de Conilon, que tende a ser mais rápida e, diante dos preços elevados do Arábica, com a expectativa de ser cada vez mais direcionada ao mercado interno e ao blend das indústrias brasileiras.

No cenário global, a maior oferta da Indonésia pressionou os diferenciais asiáticos e reduziu a competitividade do Conilon brasileiro. No mercado doméstico, a demanda por Arábica pode cair devido aos preços mais altos e à oferta restrita, o que também tende a limitar as exportações da variedade. Além disso, muitos produtores, já capitalizados, estão preferindo aguardar melhores condições de maturação dos grãos antes de iniciar a colheita.

O ambiente de preços elevados e volatilidade reduziu o volume de vendas a termo para a safra 2025/26, enquanto o mercado físico segue lento, com pouca disponibilidade de café novo. Apesar disso, as exportações acumuladas da safra 2024/25 seguem em ritmo recorde, embora os estoques baixos no Brasil já estejam afetando os embarques em 2025 e devem limitar a oferta até o pico da colheita atual.

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Exportações

Na Indonésia, a maior produção e exportação se deve à recuperação nos ciclos 24/25 e 25/26 com as melhores condições climáticas desde o final de 2023. As exportações aumentaram, aproveitando a escassez de Robusta no mercado, especialmente durante a entressafra brasileira em 2025. As estimativas indicam que essa tendência pode continuar no ciclo 25/26, principalmente devido aos diferenciais asiáticos mais baratos.

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No Vietnã, devido aos estoques mais baixos e a uma safra 24/25 menor, as exportações de café diminuíram, especialmente em 2024. No entanto, os atuais diferenciais do Robusta asiático podem favorecer a demanda por esses grãos e impulsionar as exportações, uma vez que agricultores tendem a vender seus grãos para investir no ciclo 25/26.

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Cenário de desafios para produção

O relatório da Hedgepoint também destaca um cenário de desafios para a produção de Arábica no Brasil e na Colômbia, enquanto os Robustas parecem ter perspectivas de maior oferta na Indonésia e, futuramente, no Vietnã.

“Em relação à Colômbia, apesar de nossas expectativas positivas no início de 2025, as fortes chuvas na região agora estão tendo um impacto negativo no ciclo25/26. Além de interromper a colheita Mitaca, espera-se que o volume excessivo possa reduzir a produção no ciclo principal. Com isso, em mente, também reduzimos nossas estimativas de exportação”, explica a analista.

O cenário é de um equilibro global delicado, segundao a Hedgepoint. Embora se espere uma queda na demanda em 24/25, a oferta ainda seria menor, levando a um quarto ano de déficit. Para 25/26, os preços atuais apontam para uma ligeira queda na demanda, embora essa ainda possa se recuperar. No entanto, mesmo com uma possível menor demanda, ainda podemos ver mais um déficit, dada a oferta limitada no Brasil, de acordo com as análises.

Os números atuais da demanda e das exportações apontam para uma queda nos estoques domésticos na maioria das origens do Arábica, especialmente no Brasil. Quanto aos Robustas, o aumento da produção pode levar a uma ligeira recuperação, embora limitada, com estoques abaixo dos níveis médios. “Embora esperemos uma demanda mais fraca em alguns destinos em 24/25 e 25/26, uma produção menor em muitas origens pode limitar a recuperação dos estoques”, observa.

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