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Do pioneirismo à excelência: a trajetória da Família Gomes na produção de sementes de soja

As coxilhas de ondulações suaves do Planalto Médio, no norte do Rio Grande do Sul, ajudam a contar parte importante da história do cultivo de grãos no Brasil. Foi ali, entre os municípios de Passo Fundo, Coxilha e Sertão, que famílias de imigrantes iniciaram, nas décadas de 1950 e 1960, o plantio de trigo e, mais tarde, de soja, em busca de maior rentabilidade. Entre elas, está a família Gomes, que mantém até hoje a tradição agrícola com foco na produção de sementes.

O patriarca Faustino Pelêncio Gomes, descendente de espanhóis e italianos, foi um dos primeiros a apostar na soja no estado. Arrendando terras em Erechim, buscou sementes em Santa Rosa e seguiu os passos de colonos judeus ucranianos que já haviam iniciado o cultivo no noroeste gaúcho. “A gente tinha pouco conhecimento sobre a cultura, fazia improvisos para controlar plantas daninhas, a produtividade era baixa, uns 15 ou 20 sacos por hectare”, relembra Osvaldo Gomes, filho de Faustino, que deu continuidade ao trabalho iniciado pelo pai.

Foto: Shutterstock

Ao lado da esposa Rosângela, Osvaldo administra hoje uma área de 1.670 hectares dedicada principalmente à produção de sementes de soja. A trajetória da família ganhou novo impulso a partir da década de 1970, quando decidiram se especializar no segmento. “A terra exerce um fascínio sobre nós”, afirma Osvaldo, que herdou do pai não apenas a propriedade, mas o gosto pelo campo e o compromisso com a qualidade.

Nos últimos anos, a propriedade passou a adotar práticas modernas, como a agricultura de precisão. “Fizemos o levantamento das condições do solo e passamos a aplicar fertilizantes conforme o mapeamento. Hoje falamos em potencial de 80 a 90 sacas por hectare”, explica.

Desafios e dedicação

Apesar da experiência acumulada, Osvaldo destaca que o maior desafio está no controle de qualidade da produção de sementes. “Às vezes, a gente não conhece bem as características de uma cultivar. Tu tens que acompanhar a soja o tempo todo, evitar as plantas daninhas e cuidar para que a lavoura não passe do ponto na colheita”, relata.

Foto: Freepik

A gestão das atividades conta com o apoio direto de Rosângela, que atua na parte administrativa, organização dos lotes e negociações com a cooperativa C.Vale. Desde 2019, as sementes produzidas pela família Gomes são destinadas à unidade da C.Vale em Tapera, onde passam por beneficiamento e controle de qualidade antes de serem distribuídas a outros estados do Sul do país e ao Paraguai. A supervisora agronômica da unidade, Alessandra Pletsch, elogia o comprometimento do casal. “Sementes se fazem no campo. O Osvaldo e a Rosângela têm conhecimento técnico e acompanham todas as etapas da produção”, destaca.

Sucessão em andamento

Aos 70 anos, Osvaldo vê com otimismo o futuro da atividade, agora com o envolvimento dos filhos Felipe, Sílvia e Arthur, que já participam dos negócios. “Não tem nada melhor do que isso. Nós estamos alimentando o mundo. Isso dá uma satisfação muito grande”, afirma, reforçando o sentimento de orgulho e pertencimento à atividade rural. Com 80% da renda vinda da produção de sementes de soja e o restante dividido entre milho e trigo, a família Gomes é um exemplo de como tradição e inovação podem caminhar juntas. Mais do que manter viva a história da soja no Rio Grande do Sul, eles seguem cultivando um legado que atravessa gerações.

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