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Abimaq vê impacto nas exportações do ano por tarifas dos EUA

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Por Patricia Vilas Boas

SÃO PAULO (Reuters) -As exportações do setor de máquinas e equipamentos do Brasil podem sofrer um impacto negativo de US$1 bilhão este ano, caso as tarifas de 50% dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros entrem em vigor na sexta-feira, disse a associação da indústria, a Abimaq, em apresentação a jornalistas nesta quarta-feira.

Após a coletiva, no entanto, a Casa Branca anunciou uma série de exceções às tarifas, incluindo sobre algumas aeronaves civis e suas peças, celulose e produtos petrolíferos.

Procurada para comentar o anúncio, a entidade disse que ainda não pôde calcular os efeitos da exclusão de alguns setores relevantes de exportação para os EUA das tarifas comerciais, e reforçou os números apresentados mais cedo.

Segundo a diretora de competitividade, economia e estatística da Abimaq, Cristina Zanella, a previsão considera uma interrupção das remessas aos EUA, que representam cerca de 26% das exportações do setor, a partir de agosto.

A Abimaq exporta mensalmente uma média de US$1,1 bilhão, com os EUA respondendo por cerca de US$250 milhões.

“Ao longo desse período (de agosto a dezembro), seria menos US$1 bilhão por conta de uma sobretaxa para o Brasil”, disse Zanella a jornalistas, durante apresentação dos números do setor referentes ao primeiro semestre.

Ainda assim, a receita do setor de máquinas e equipamentos deve crescer mais do que o esperado este ano. Desconsiderando os efeitos das potenciais tarifas do presidente norte-americano, Donald Trump, a entidade prevê avanço de 7,9% em 2025, em vez dos 3,7% estimados anteriormente. Com as tarifas, no entanto, esse crescimento deve ser em torno de 5%, disse Zanella.

Entre as exportações de máquinas e equipamentos, que acumularam nos primeiros seis meses declínio de 4%, as tarifas podem aprofundar a queda para 15% no ano, segundo a diretora, que acrescentou que a previsão divulgada é “o pior cenário”.

“Eu imagino que algumas empresas vão conseguir renegociar e manter os seus negócios com os americanos, mas, de qualquer forma, a gente está colocando o pior cenário para mostrar o quão importante é essa medida que vem sendo tomada.”

Na primeira metade do ano, a indústria acumulou crescimento de 14,8% no faturamento, apoiada, em parte, pela base de comparação mais fraca, após uma sequência de quedas anuais.

NÚMEROS DE JUNHO

O setor de máquinas e equipamentos cresceu 9,9% em junho na comparação com o mesmo período do ano anterior, totalizando um faturamento de R$26,4 bilhões no mês passado, segundo os dados da Abimaq divulgados nesta quarta-feira.

Considerando apenas vendas internas, a receita somou R$20,6 bilhões em junho, uma expansão de 8,8% ano a ano, conforme dados da entidade. Na comparação com maio, no entanto, o faturamento total caiu 4%, enquanto a receita doméstica diminuiu 6,1% – ou -5,4% e -11,4%, respectivamente, considerando ajustes sazonais.

Com o resultado, no ano o setor diminuiu a taxa de crescimento de 16% em maio para 14,8% em junho.

Segundo a associação, o desempenho positivo da indústria nos primeiros seis meses do ano teve apoio de uma base de comparação fraca, massa salarial favorável ao consumo das famílias e do impulso de setores menos sensíveis ao aperto monetário.

O consumo aparente de máquinas e equipamentos em junho subiu 9,9% ante junho de 2024, para R$35,6 bilhões, mas recuou 5,5% ante o mês imediatamente anterior, ou 4,4% com ajuste.

“Parte importante do crescimento de 2025 foi relacionada ao aumento das importações, que representam 46% do mercado nacional em 2025, ante 45,2% no mesmo período de 2024”, disse a entidade.

As importações do setor em junho totalizaram US$2,6 bilhões, crescimento de 13,1% ano a ano. Segundo a Abimaq, uma queda nos preços médios das máquinas importadas ao longo do ano anulou parte da desvalorização do real e viabilizou a maior entrada de máquinas, em quantum, no país.

Já as exportações atingiram US$1,05 bilhão no período, avanço de 14,5% na mesma comparação, com o melhor desempenho no mês atingindo quatro dos sete grupos setoriais, incluindo o de máquinas para logística e construção civil e máquinas para a indústria de transformação.

(Edição Alberto Alerigi Jr.)

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