Por Maximilian Heath
BUENOS AIRES (Reuters) – A Argentina poderá registrar uma produção recorde de milho de 61 milhões de toneladas em 2025/26, desde que a temporada apresente um padrão normal de chuvas durante seu ciclo, previu Bolsa de Comércio de Rosário (BCR) nesta quarta-feira.
As expectativas muito favoráveis para o grão, cuja maior safra até o momento foi de 52,5 milhões de toneladas no ciclo 23/24, de acordo com a BCR, são resultado da forte expansão esperada da área, com aumento de 17% em relação ao ano anterior, para 9,7 milhões de hectares, em detrimento da soja e de outras culturas.
No mesmo relatório, a BCR disse que prevê uma contração anual de 7% na área a ser plantada com soja em 2025/26, para 16,4 milhões de hectares, com uma produção de 47 milhões de toneladas.
Enquanto isso, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BdeC) também publicou um relatório na quarta-feira, no qual disse que espera uma queda na área de soja de 25/26. “A redução seria explicada principalmente por uma menor intenção de semear a soja frente a culturas como milho e girassol”, disse ele.
Para o BdeC, a área plantada com soja no ciclo 25/26 seria de 17,6 milhões de hectares, 800 mil hectares a menos do que na temporada anterior.
“A rentabilidade (da soja) continua a ser reduzida e até negativa em várias regiões produtivas”, acrescentou a bolsa.
A instituição disse que sua estimativa de produção de 61 milhões de toneladas de milho para 2025/26 depende de padrões normais de chuva na Argentina durante seu período de desenvolvimento.
Atualmente, os modelos meteorológicos indicam que há uma baixa chance de um evento La Niña ou El Niño durante o verão austral, período chave para a produtividade. A previsão é favorável para o cereal, já que ambos os fenômenos alteram o padrão normal de chuvas na Argentina.
O plantio do milho 2025/26 já começou em algumas partes da Argentina, enquanto o plantio da soja começa entre o final de setembro e outubro.
Com relação ao ciclo 2024/25 do milho, cuja colheita está quase concluída na Argentina, a BCR elevou sua estimativa de safra para 50 milhões de toneladas, ante 48,5 milhões de toneladas no mês passado.
A Argentina é o terceiro maior exportador de milho do mundo e o maior fornecedor global de óleo e farelo de soja.
(Por Maximilian Heath)