Na reta final da colheita do algodão da safra 2024/2025, o desempenho na Bahia está acima do inicialmente projetado pela Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa). A tendência de queda foi revertida no final do ciclo, com a produtividade chegando a quase dois mil quilos de algodão beneficiado (pluma) por hectare, contra os aproximadamente 1,8 mil quilos estimados em julho. O estado deve colher em torno de 816,3 mil toneladas, um incremento de 3,6% em relação ao anteriormente divulgado.
Os números foram apresentados pela presidente da Abapa, Alessandra Zanotto Costa, durante a 80ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados, do Ministério da Agricultura e Pecuária, nesta terça-feira (23), com representantes dos demais estados produtores e de diversos elos da cadeia produtiva da fibra. A Câmara Setorial é presidida pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).
Segundo a associação nacional, nesta safra, o país segue batendo recorde sobre recorde, e, pela primeira vez na história, deverá superar quatro milhões de toneladas da fibra. A produção brasileira consolidará o país como líder global nas exportações, com 30,5% do comércio mundial, à frente dos Estados Unidos (25,8%). No mês de setembro, os principais destinos da pluma brasileira foram Vietnã, Paquistão Bangladesh e Turquia.
Irrigado
Alessandra Zanotto Costa explica que a mudança na tendência se deve principalmente à performance do algodão irrigado, que hoje já representa um terço da área produzida no estado. “Estas lavouras finalizam a colheita um pouco mais tarde pois plantam depois, e em geral têm resultado melhor, já que contam com a oferta de água em períodos de restrição, como os veranicos que marcaram o mês de março no cerrado da Bahia”, afirma. Ainda de acordo com Alessandra, os dados apresentados na câmara são coletados em campo pela equipe do Programa Fitossanitário da Abapa, e tratados com metodologia própria.
Neste ciclo que se encerra, a Bahia plantou em torno de 413 mil hectares e mantém sua posição como o segundo maior produtor do Brasil. Em primeiro lugar está o estado de Mato Grosso, com 1,5 milhões de hectares, aproximadamente.
Beneficiamento
Até o momento, o Centro de Análise de Fibras da Abapa, responsável por aferir a qualidade do algodão da Bahia e da região do Matopiba, já processou em torno de 64% do total aguardado para a safra, o que representa aproximadamente 2,6 milhões de fardos. A qualidade se manteve dentro do esperado, com melhorias em parâmetros como resistência e micronaire.