SÃO PAULO (Reuters) – A safra de soja do Brasil em 2025/26 está estimada em um recorde de 178 milhões de toneladas, mas há questões climáticas relacionadas a um possível La Niña que precisam ser consideradas, especialmente no Sul do país, de acordo com avaliação divulgada nesta quarta-feira pela Hedgepoint Global Markets.
Durante teleconferência, a gerente de Inteligência de Mercado da Hedgepoint, Thais Italiani, citou chances da ocorrência de La Niña nos próximos meses, o que demanda atenção.
“Se confirmar o La Niña e a depender da intensidade, isso pode trazer impacto para o Sul do Brasil e Argentina… Por isso, precisa acompanhar nos próximos meses…”, afirmou ela.
O fenômeno climático geralmente deixa o tempo mais seco no Sul do país.
Italiani citou também que o mês de outubro — importante para o desenvolvimento do plantio no Brasil — indica um padrão mais seco e quente, algo que precisa também ser monitorado, segundo mapas meteorológicos apresentados.
Contudo, dentro de condições climáticas favoráveis, a safra de soja do Brasil, que geralmente começa a ser colhida em janeiro, poderia crescer 3,7% na comparação com a temporada anterior, considerando as projeções da empresa especializada em gestão de risco e execução de hedge.
A produtividade média esperada, em condições normais de clima, ficaria levemente acima da temporada passada.
A Hedgepoint estima um crescimento da área cultivada para 48,2 milhões de hectares, versus 47,7 milhões na safra passada.
As exportações de soja do Brasil em 2025/26 poderiam alcançar um novo recorde, a 112 milhões de toneladas, ante 109 milhões no ciclo anterior, segundo a Hedgepoint.
(Por Roberto Samora)