Mesmo com o anúncio de que a China voltará a comprar grandes volumes de soja dos Estados Unidos, o Brasil deve seguir como protagonista no mercado global do grão. A projeção de produção recorde para a safra 2025/26, estimada em 178 milhões de toneladas, e a boa competitividade do produto brasileiro, reforçada pela queda dos prêmios de exportação, tendem a manter o país como a principal origem do grão para a demanda internacional.
Nos portos brasileiros, o prêmio acréscimo pago sobre a cotação internacional perdeu força diante da sinalização de embarques da soja americana, mas, ainda assim, segue competitivo. “Caso a produção prevista se confirme, o Brasil poderá embarcar mais de 110 milhões de toneladas em 2026, mesmo com o avanço dos EUA”, avalia a Consultoria Agro do Itaú BBA.
Além dos fatores de oferta, o frete deve permanecer em patamar elevado, o que pode pressionar a formação de preços para o produtor brasileiro nos próximos meses. Por outro lado, a demanda internacional ainda crescente pode favorecer negociações, sobretudo com a desaceleração de margens de esmagamento na China.