As exportações brasileiras de melão em outubro foram as maiores para o mês da série histórica da Comex Stat, iniciada em 1997, totalizando 65 mil toneladas, alta de 102% frente a setembro e 105% em relação a outubro de 2024. O desempenho também foi expressivo em termos de receita, com pouco mais de US$ 32 milhões (FOB), a segunda maior já registrada para outubro – atrás apenas da observada em 2015 –, sendo 36% superior ao do ano anterior. Na parcial da temporada 2025/26 (de agosto a outubro), os embarques somaram 106,2 mil toneladas, crescimento de 69% em relação ao mesmo período de 2024. A receita subiu 43% no mesmo comparativo. Apesar desses bons resultados, os valores unitários da fruta para exportação recuaram. Entre agosto e outubro do ano passado, os preços haviam sido de US$ 0,76/kg e, neste ano, foram cerca de US$ 0,64/kg, baixa de 15%.
O expressivo volume embarcado está relacionado ao fim da campanha espanhola, que abre espaço para as frutas brasileiras. Já a queda no preço unitário pode estar relacionada à maior oferta do RN/CE, devido à maior produção frente ao ano anterior. Além disso, o aumento nos custos do frete no mercado interno, após as novas regras da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), tem levado produtores a buscarem novas formas de escoamento, como o mercado externo. Cabe ressaltar que os principais destinos do melão em outubro foram: Países Baixos, Reino Unido e Espanha. Para os próximos meses, espera-se que os envios sigam aquecidos, com boa demanda europeia. Segundo o FreshPlaza, chuvas intensas atingiram a América Central, que podem atrasar o início da safra de melão e melancia (o que deveria ocorrer no começo de 2026). Com isso, não deve haver grande concorrência com a fruta brasileira até o fim da safra do RN/CE.