![]()
SÃO PAULO, 4 Dez (Reuters) – A exportação de algodão do Brasil na temporada 2025/26 deverá crescer cerca de 10% ante o ciclo anterior pela sua competitividade e diversificação de mercados conquistada pelo setor, além de maiores compras da Índia recentes, avaliou o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea).
Para Dawid Wajs, os embarques do país, o maior exportador mundial da pluma, deverão avançar para cerca de 3,2 milhões de toneladas em 2025/26 (julho/agosto), mesmo em um cenário de grande oferta mundial e importações pela China reduzidas.
“O prêmio do algodão brasileiro segue bastante competitivo lá fora e a aceitação do algodão brasileiro segue muito boa nas fábricas lá fora… Teremos um ano promissor para o Brasil, para exportar mais do que no ano anterior”, declarou ele à Reuters.
Wajs, que também atua na liderança da área de algodão da Louis Dreyfus no Brasil, disse que a exportação de algodão brasileira, que começou mais lenta em 2025/26, após um atraso na safra, deverá ser crescente, algo já verificado nos últimos meses.
Ele observou também que o Brasil tem estoques importantes que precisarão ser exportados. “Isso faz com que a gente acredite num número melhor de exportação… porque o mercado é racional e vai fazer esse movimento”, disse.
O Brasil lidera nas exportações de algodão com cerca de um terço do mercado, seguido de perto pelos Estados Unidos. Entre os principais importadores do produto brasileiro estão China, Vietnã, Bangladesh, Turquia e Paquistão.
No acumulado da safra 2025/26 até outubro, a China aparece como a maior importadora, com 122 mil toneladas, enquanto a Índia se destaca com 106,3 mil toneladas.
Mas o destaque da Índia foi circunstancial e tem a ver com uma política tarifária especial que exime de imposto de importação todo o algodão que chegar ao país até o dia 31 de dezembro deste ano, observou a Anea.
“A Índia, que já responde por 16% das exportações da nova temporada, despontou num momento de demanda internacional curta e preços muito baixos”, destacou Wajs.
De julho a outubro, a Anea contabilizou 677 mil toneladas embarcadas, uma queda de 7% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Mas novembro, conforme dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), publicados nesta quinta-feira, já demonstrou reação nos embarques.
O total embarcado em novembro superou 402 mil toneladas, avanço de 34,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
O país exporta a maior parte de sua produção que superou 4 milhões de toneladas de pluma (algodão beneficiado) em 2024/25. Do total, cerca de 760 mil toneladas ficam no mercado interno, conforme dados citados pela Anea.
(Por Roberto Samora)