A recente publicação do “Boletim Semanal” da Conab traz informações sobre a situação atual da safra de feijão no Brasil. Observa-se uma variação significativa nas condições climáticas em diferentes regiões do país, áreas do centro-norte vêm enfrentando problemas com a falta de chuvas, ao passo que no extremo sul, o excesso está comprometendo as operações em campo. No Paraná, a estabilidade climática tem sido um fator positivo, permitindo a aplicação eficiente de defensivos e fertilizantes nas lavouras. Essa regularidade nas condições do tempo contribui para que a maioria das áreas de cultivo do estado apresente um estado saudável e promissor.
Em contraste, Minas Gerais enfrenta desafios significativos devido à falta de chuvas e às altas temperaturas. Estas condições adversas estão interrompendo o plantio e prejudicando o desenvolvimento das lavouras de feijão, um cenário preocupante para os produtores da região.
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A situação em Goiás também é desafiadora, com altas temperaturas e a ausência de precipitações levando à suspensão da semeadura nas áreas de sequeiro. Este cenário reforça a necessidade de estratégias de manejo adaptativas para lidar com as condições climáticas extremas.
Na Bahia, a escassez de chuvas está limitando o avanço do plantio de feijão, especialmente na região Centro Sul do estado. Essa limitação no plantio pode ter implicações importantes na produção e na oferta de feijão no mercado.
Em Santa Catarina, por outro lado, o excesso de chuvas tem dificultado o progresso da semeadura. Nas regiões onde as lavouras estão implantadas, as condições variam de boas a regulares, indicando uma heterogeneidade nas condições das lavouras devido às variações climáticas.
Considerando os oito estados monitorados, há um atraso de 12.5% no avanço da semeadura, se comparado com a safra anterior. O atraso está relacionado com as condições climáticas, onde a falta de chuvas e temperaturas extremas comprometeram as operações nas últimas semanas.
- Na Bahia, observa-se um leve aumento no progresso da safra, passando de 6.6% para 9.6%. Esta mudança, embora positiva, ainda coloca a safra como atrasada em comparação com o mesmo período do ano anterior, que estava em 30.6%. As condições climáticas, especialmente a escassez de chuvas, continuam a impactar negativamente o avanço do plantio.
- Em Goiás, houve um avanço de 10% em relação à semana passada, passando de 70% para 80%. Este crescimento mostra uma recuperação significativa, mas ainda está atrasada em comparação com a safra anterior, que já estava completa (100%) neste período.
- Minas Gerais teve um progresso marginal de 1% em uma semana, passando de 57.7% para 58.7%. Este ritmo lento de avanço mantém a safra atrasada, considerando que no mesmo período do ano passado, o progresso era de 76%.
- No Paraná, a recuperação foi notável, com o progresso retornando aos 90%, o mesmo índice do ano anterior, indicando um estado de normalidade. As condições climáticas mais favoráveis recentemente podem ter contribuído para este avanço.
- Santa Catarina e Rio Grande do Sul mostraram variações menores. Em Santa Catarina, houve um aumento de 2%, de 73% para 75%, mantendo a safra atrasada em comparação com os 76% do ano anterior. No Rio Grande do Sul, o avanço foi de apenas 1%, de 62% para 63%, também classificando a safra como atrasada em relação aos 82% do período correspondente na safra anterior.
- Em São Paulo, as operações de plantio se encerram já nos últimos monitoramentos.
- No Piauí, não houve progresso na safra, condição semelhante à safra anterior.
A análise é do meteoreologista, Gabriel Rodrigues com informações no boletim de Progresso de Safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)
Revisão Aline Merladete