A produção de soja da safra 2022/2023 na Argentina sofreu uma revisão para baixo, atingindo 21,25 milhões de toneladas, 3,75 milhões abaixo da estimativa oficial do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Segundo informações do Post de Buenos Aires, os rendimentos finais foram menores do que o previsto, e muitos agricultores estão retendo suas safras em antecipação a futuros programas de incentivo do governo. A baixa produção deve impactar as previsões de produção de óleo, consumo doméstico e estoques finais.
O Programa Soja-Dólar, parte do Programa de Crescimento das Exportações argentino, tem desempenhado um papel importante no setor de grãos do país. O programa, que oferece uma taxa de câmbio especial para a exportação de commodities agrícolas, incluindo a soja, resultou na venda de 8,3 milhões de toneladas de soja em sua terceira edição.
No entanto, a desvalorização constante do peso argentino tem corroído os benefícios da taxa de câmbio fixa do “dólar da soja”. As vendas após o término do programa foram baixas, indicando que os produtores estão segurando seus estoques na expectativa de novos incentivos.
Em relação ao clima, os agricultores argentinos esperam que um fenômeno climático de El Niño leve a mais chuvas no próximo ano, aliviando os efeitos da seca prolongada que atingiu o país nos últimos anos. Embora a precipitação tenha melhorado na maior parte das regiões produtoras, a Província de Córdoba ainda sofre com a seca. Apesar das preocupações anteriores, a melhora no clima permitiu um plantio de grãos menores em linha com os últimos anos, assegurando a continuidade da prática de dupla safra com a soja.
Material elaborado pelo metereologista, Gabriel Rodrigues com revisão de Seane Lennon.*