Em que pese as boas margens da avicultura até aqui, o cenário para o setor neste ano deverá ficar mais desafiador diante da provável menor oferta de milho, o que, consequentemente, manterá os preços domésticos do cereal mais elevados e acima da paridade de exportação. Porém, o farelo de soja em baixa deve moderar o impacto. Neste sentido, é recomendado elevar a guarda com a gestão de riscos, se protegendo do cenário de elevação dos preços do insumo.
Do ponto de vista das exportações, a demanda global deve seguir favorável à carne de frango brasileira, diante da disseminação da gripe aviária em grande parte do globo afetando as produções, combinada com a boa competitividade do produto brasileiro em dólares. Certamente, a manutenção do status sanitário sustentando o mercado externo aberto é fundamental.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que os principais países competidores do Brasil na exportação, EUA, União Europeia e Tailândia deverão ter modestos crescimentos nas suas disponibilidades para exportação.
Para o Brasil, o Departamento prevê alta de 3,2% nas exportações em 2024, para 4,9 milhões de toneladas, enquanto a produção é estimada em 15 milhões de toneladas,1% maior e um novo recorde. Além disso, para a China, há previsão de queda da produção em 3% em 2024, com o sistema comercial afetado pelas restrições à importação de material genético, inclusive dos EUA, devido à gripe aviária.
Com isso, a importação de carne de frango também deve crescer 2,6% (147 mil toneladas a mais), sendo o Brasil o principal fornecedor. Embora a perspectiva para as quantidades exportadas seja positiva, um adequado ritmo de produção é fundamental para o equilíbrio das margens, sobretudo num contexto de preços de exportação em queda.